quarta-feira, 2 de novembro de 2011

terça-feira, 1 de novembro de 2011

As sete lagrimas de um preto velho



No cantinho de um terreiro, sentado num banquinho, fumando o seu cachimbo, um triste
PretoVelho chorava.
De olhos molhados, esquisitas lágrimas desciam lhe pelas faces e, não sei porquê contei-as... foram sete.
Na incontida vontade de saber, aproximei-me e interroguei-o:
Fala, meu Preto Velho, diz ao seu filho o porquê externas assim uma tão visível dor?
E ele,suavemente respondeu:
-"Estás vendo esta multidão de pessoas que entra e sai?As lágrimas contadas são distribuídas a cada uma delas...

A Primeira eu dei a estes indiferentes que aqui vem em busca de distracção, para saírem ironizando aquilo que suas mentes ofuscadas não conseguem conceber.

A segunda a estes eternos duvidosos que acreditam desacreditando, na expectativa de um milagre que os faça alcançar aquilo que seus próprios merecimentos negam.

A terceira distribui aos maus, aqueles que somente procuram a Umbanda em busca de vingança desejando sempre prejudicar a um seu semelhante.

A quarta aos frios e calculistas que sabem que existem uma força espiritual e procuram beneficiar se dela de qualquer forma e não conhecem a palavra gratidão.

A quinta chega suave,tem o riso e elogio da flor dos lábios, mas se olharem bem o seu semblante verão escrito: creio na Umbanda, nos teus Caboclos e no teu Zambi, mas somente se vencerem o meu caso ou me curarem disto ou daquilo.

A sexta eu dei aos fúteis que vão de centro em centro, não acreditando em nada, buscam
aconchegos e conchavos e teus olhos revelam um interesse diferente.

A sétima, filho, notas como foi grande e como deslizou pesada, foi a última lágrima, aquela que vive nos olhos de todos os Orisás, fiz doação desta aos médiuns vaidosos que só aparecem no centro, em dia de festa e faltam às doutrinas, esquecem que existem tantos irmãos precisando de caridade e tantas criancinhas precisando de amparo material e
espiritual.
E assim meu filho, para estes todos é que viste minhas lágrimas caírem uma a uma


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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Tranca Rua de Embaré


Ele se chama Tranca Rua
Nasceu em Mato Grosso
Se criou em Nazaré
Ele é filho de xavante
Protetor dos navegantes
È Tranca Rua de Embaré

O luar, o luar 
Ele é filho da lua
O luar, o luar
Ele é filho da lua

Quando estiver num aperto
Qualquer toco preto
È Tranca Rua
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Maria Mulambo


Maria,Maria Mulambo
A deusa encantada
O seu gongá esta em segurança
Ela traz sua gira marcada
Caminhou sobre um tapete de flores
E nem seguer desabrochou
Deixou seu filho chorando e foi viver no mundo da perdição (bis)
Más ela é rainha, ela é mulher,ela é rainha,ela é mulher
Pedacinhos de mulambo para quem tem fé
O Maria
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terça-feira, 25 de outubro de 2011

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

CONHEÇA OS 16 ODÚS

Faça as contas com a data real do seu nascimento e veja abaixo qual é o seu Odú
regente.
Faça as contas, exemplo: se você nasceu em 25/04/68
some= 2+5+4+1+9+6+8=35=8 então seu odú é 08 = 3+5=8 então seu Odú é 08

1. OKANRAN: Odú regido por Esu. Você parece ser agressivo, mas na verdade
está apenas lutando para preservar a independência da qual muito se orgulha.
Você não poupa esforços para atingir seus objetivos, mas deve tomar cuidado
para não arrumar inimigos à toa.

2. EJI-OKÔ: Odu regido por Ibeji e Obá. Você se mostra calmo no comportamento
e seguro nas decisões, mas na sua mente sempre existem dúvidas. Não tenha
medo de externar estas incertezas. Como muitas pessoas o amam, você acabará
recebendo bons conselhos.

3. ETÁ OGUNDÁ: Odu regido por Ogum. A obstinação que se traduz em agitação
e inconformismo, é uma das suas principais características. Mas, se usar suas
qualidades, como a coragem, criatividade e a perseverança, conseguirá o que
mais anseia: o poder e o sucesso.

4. IROSUN: Odu regido por Iemanjá e pelos eguns. Sempre sereno e disposto a
ver tudo com muita clareza e objetividade, você sabe resolver situações confusas
ou tumultuadas. Tem plena consciência da sua força moral e não hesita em usá-la
para atingir todas as suas metas.

5. OXÉ: Odu regido por Osum. Sensível e sempre atento, você é uma pessoa
sempre disposta a proporcionar alegria aos outros. Mas há momentos nos quais
você precisa de isolamento para poder refletir, pois preza muito sua liberdade e,
sobretudo, seu, crescimento.

6. OBARÁ: Odu regido por Sangô e Osossy. Você luta com unhas e dentes pelo
que quer e geralmente consegue muito sucesso material. Mas, no amor precisa
entender que não pode exigir demais dos outros.

7. ODI: Odu regido por Obaluaê. Você realmente está satisfeito com o que consegue.
Mas não fica se lamentando. Prefere ir à luta. Caso aprenda com clareza
seus objetivos, alcançará grandes êxitos.

8. EJI-ONILE: Odu regido por Osaguiã. Sua agilidade mental faz de você uma
pessoa falante e muito ativa. Além disso, você gosta de poder e prestígio e chega
a sentir inveja de quem está em melhor situação. Mas seu senso de justiça o impede
de prejudicar quem quer que seja.

9. OSSÁ: Odu regido por Iemanjá. Você é uma pessoa que gosta de estudar cuidadosamente
todas as coisas e sua larga visão de mundo em busca do conhecimento
interior. Se quiser alcançar o sucesso, precisa tomar cuidado de manter alguma
ordem no seu dia a dia.
                                                        
10. OFUN: Odu regido por Osalufã. Seu jeitão rabugento é apenas um escudo
para que os outros não abusem da sua vontade e da sua sensibilidade. No fundo,
você é uma pessoa serena, que se adapta aos autos e baixos da vida.

11. OWANRIN: Odu regido por Iansã e Esu. A pressa e a coragem são suas características.
Tenso e agitado, você nunca fica muito tempo no mesmo lugar, a
não ser que se sinta obrigado. Pode não obter grande sucesso material, mas a vida
sempre lhe reserva muitas alegrias.

12. ELI-LAXEBORÁ: Odu regido por Sangô. Sua principal virtude é o amor à justiça,
que algumas vezes se transforma em intolerância com os erros alheios. Nessas
ocasiões, você deve se voltar para outras de suas qualidades: a dedicação, que
lhe permite ajudar todas as pessoas.

13. EJI-OLOGBON: Odu regido por Nanã e Obaluaê. Você está quase sempre um
pouco deprimido. Só faz o que quer quando quer o como quer. Mas, como tem
grande capacidade de reflexão, acaba se adaptando e consegue viver bem com os
outros.

14. IKÁ-ORI: Odu regido por Osumaré e Ewá. Paciência e sabedoria são suas
principais características. Versátil, você se dá bem em qualquer atividade. Poderá
passar por provações materiais e sentimentais, mas sempre saberá reencontrar o
caminho para felicidade.

15. OGBÉ-OGUNDÁ: Regido pelo orisá Tempo. Você uma pessoa rebelde e
cheia de vontades, que muitas vezes não resiste a defender seu ponto de vista
mesmo depois que percebe que está errado. Por isso, deve tomar cuidado para
não se deixar dominar pelo nervosismo.

16. ALAFIÁ: Odu regido por Osalá e Orumilá. Suas principais características são
a tranqüilidade e alegria. Amante da paz, você cria um clima de harmonia á sua
volta. Se mantiver o equilíbrio, sem dúvida alcançará o sucesso

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Lenda de Òrúnmìlá


Quando Òrúnmìlá se cansou de viver na terra e da incompreensão dos homens, resolveu ir para o Òrún, mas antes, deu a cada um de seus 8 filhos, 2 caroços de dendezeiro (IKIN), e disse a eles, que quando precisassem, bastava que jogassem os IKIN e teriam as respostas. 

Deixando claro que o mais importante, era que eles se unissem, assim como o grupo deverá se manter unido.

ÒRÍ - força que orienta o que é bom ou ruim para cada pessoa, é individual. O ÒRÍ tem que ser respeitado, se a pessoa não aceitar é porque o seu ÒRÍ não está aceitando. Deve-se verificar o que acontece no jogo.

Cada um recebe seu ÒRÍ de AJALÁ (é um Imole), antes de vir para o AIYE, passa por um "estágio".

O ÒRÍ supera todos os orixás;
O ÒRÍ é um Imole, ligado só para o bem (da pessoa);
O ÒRÍ é a nossa censura;
O ÒRÍ não se trai, não se engana, é a nossa própria consciência (os valores mais puros). Isso vem explicar a índole de pessoas más, mesmo nascidas em famílias boas, independente da formação; pessoas sofridas que tem a capacidade de amar, odiar, etc...

Ajalá e a escolha de ÒRÍ



"KÓ SOOSA TÍÍ DANI GBÉ, LEYIN ENI ÒRÍ"
Nenhum Deus abençoa o homem, sem que sua cabeça o permita.
ESE ODÚ OGUNDA
(Tradução de um ESE de ORÍ)

Num jogo de Ifá, perguntaram a ÒRÚNMÌLÁ:

"- Quem seria capaz de nos levar ao Infinito? (infinito = caminho da vida da pessoa).
SANGO disse que quando chegasse a OYÓ e lhe dessem certas comidas, ele satisfeito voltaria à sua casa, abandonando a pessoa. Perguntaram o mesmo a OYÁ, e ela respondeu, que quando chegasse a  qualquer cidade e lhe dessem certas comidas, ela satisfeita voltaria para casa.
Resumo: enquanto dermos comida ao nosso Orisá, ele nos cobre e depois recolhe.

Perguntaram de novo a IFÁ e ele respondeu que Òsàlà e ele respondeu que quando chegasse à cidade  de Ifé, comesse, aí então ele ficaria satisfeito e voltaria para casa. Se nem Òsàlà é capaz de nos levar ao  Infinito, então, quem é capaz?

Resposta: só Lebara.               
Perguntaram a ÈSÙ: "- Se você caminhar, caminhar e chegar a Queto, e lhe derem 1 galo no dendê ? Ele  respondeu: - Comia e quando estivesse satisfeito voltaria para minha casa. Voltaram e perguntaram de novo a Ifá:
"- Então, ninguém é capaz de nos levar ao Infinito? Quem será? Tal conhecimento, tal sabedoria, quem a tem?

IFÁ respondeu."- Somente o Orixá ÒRÍ é capaz de nos levar ao infinito, até o final de nossa vida." Se uma pessoa morrer, despachamos tudo referente ao Orisá, mas, o que sempre ficou foi o ÒRÍ.

Conclusão: Mesmo se nosso òrìsà está bem, só ficará tudo bem se o nosso Òri estiver também.  Primeiro damos comida a Òri no borí, e depois ao orisá. Não há orisá raspado errado, desde que o òri  aceitou. Acima de nosso Orisá individual, está o nosso Òrì. Damos ao òrì cera (caroço de algodão), obi,  água. Existem apenas 6 bichos para Òrì: pombo, peixe, pato, franga, galinha d’angola e o igbin; apenas um bicho vai ao ori, os outros serão colocados apenas na tigela. O ejé (sangue) de pombo branco, só se for muito importante, necessário, senão estaremos ofendendo Olodumare.

SETE REGRAS PARA VIVER FELIZ


1.             ADQUIRA O HÁBITO DA FELICIDADE. Sorria, intimamente e torne este sentimento parte de você mesmo. Crie um mundo feliz para si. Aguarde cada dia, mesmo quando algumas nuvens obscurecerem o sol, sempre encontra algo de bom.

2.             DECLARE GUERRA A SENTIMENTOS NEGATIVOS. Não permita que aborrecimentos irreais o devorem. Se algum pensamento negativo lhe invadir o espírito, combata-o. Pergunte de si para si, porque você, que tem todo direito natural à felicidade, deve passar horas do dia em luta com o temor, o aborrecimento, o ódio. Ganhe a guerra contra esses flagelos insidiosos do Século XX.

3.             REFORCE A IMAGEM DE SI PRÓPRIO. Veja-se como foi nos seus melhores momentos e dê a si próprio certa atenção. Imagine os tempos felizes e o orgulho que sentiu de si. Crie experiências futuras agradáveis; dê a si mesmo, crédito pelo que é. Deixe de bater na própria cabeça.

4.             APRENDA A RIR. Às vezes, os adultos sorriem ou riem entre os dentes, mas nem todos riem realmente, isto é, risada verdadeira que dê a impressão de alivio e liberdade. O riso, quando genuíno purifica, faz parte do mecanismo do sucesso, lançando-o às vitórias da vida. Se você deixou de rir desde os 10 ou 40 anos, volte à escola do espírito e aprenda novamente o que nunca deveria ter esquecido.

5.             DESENTERRE OS TESOUROS ESCONDIDOS. Não permita que as suas aptidões e os seus recursos morram dentro de si; dê-lhes uma oportunidade para se submeterem às provas da vida.

6.             AJUDE O PRÓXIMO. Dar aos seus semelhantes poderá ser a experiência mais compensadora da sua vida. Não seja cínico; compreenda que muitas pessoas que parecem desagradáveis ou hostis estão usando fachada que acham capaz de protegê-las contra outros. Se der ao próximo, ficará admirado na reação grata, pelo reconhecimento que terão. Pessoas que parecem duras são, na realidade gentis e vulneráveis. Você sentir-se-á satisfeito quando der sem pensar em proveito para si.

7.             PROCURE ATIVIDADES QUE O TORNEM FELIZ. A natação, o tênis, o vôlei ? Pintar, cantar, coser? Não posso dizer-lhe. Você mesmo terá de escolher. Mas a vida é feliz, se fizer o que lhe agrada.

Existe uma tendência no ser humano de reduzir os novos fenômenos com que ele se defronta a idéias e definições preexistentes em sua mente oriundas de fatos anteriormente conhecidos. Esta redução dificulta uma visão e uma interpretação corretas do que se analisa. Assim, os fatos culturais dos negros do Golfo do Benin nos seus cerimoniais e ritos transformam-se, nesta visão deformadora, em religião primitiva.

O Candomblé não é primitivo e muito menos religião, antes de tudo, este conjunto de preceitos, regras, ritos e práticas forma um weltanchau (visão do mundo, concepção global de apreensão da realidade - termo usado em filosofia) e uma técnica que permite o confronto com a natureza e com seus semelhantes, utilizando a energia de sua própria mente (o Òrí).
Os Òrísá (de Òrí: cabeça, mente; Àsé: força, magia) não existem fora da mente humana, não são deuses primitivos de um panteão imaginado pela concepção cultural do branco nem são espíritos de luz comandando "falanges" de almas como os idealizam os descendentes dos povos bantos, associado ao fenômeno da cosmogonia nagô à sua cultura religiosa, que se fundamenta no culto dos ancestrais.

Devemos despir o Candomblé da carga sincrética que for desvirtuante, para fazer emergir o entendimento do que é a mais pura tradição nagô. Os rituais e cerimônias não serão descritas, pois isto já foi feito e muito bem por mestres como Descoredes dos Santos, Fred Aflalo, Roger Bastide, Pierre "Fatumbi" Verger e tantos outros.
O que realmente importa, é comentar cada cerimônia, cada festa, cada fundamento e cada obrigação, buscando sua explicação purificada do misticismo branco ou banto, para fazer aflorar a verdadeira função de "Òrí", único alvo e agente do culto nagô, e a de "Ifá" como orientador e verdadeiro Oluwô.

A intenção deste redimensionamento não é diminuir a importância dos fatos, mas sim, um engrandecimento, na proporção humana, para que se desvende a sua grandeza original. Fazer voltar a luz, saindo das trevas da religiosidade ignorante, na sabedoria milenar que permite desenvolver a capacidade do homem de se situar e de interagir na sua formação, na natureza e no convívio social.
Se recusando a divinizar Òsàlá, satanizar Èsú ou santificar todos os Òrísá, devemos isolar os erros, afastar os temores, expulsar os demônios brancos de nossa ontogonia, abrindo as portas a entendimento, o que permitirá que mais pessoas possam utilizar este importante sistema de controle da própria mente e, em conseqüência, dos fatos naturais e sociais nos quais atua.

Ori

Orunmilá reuniu todos os orisás  em sua casa, e lhe fez a seguinte pergunta:

Quem dentre os orisas pode acompanhar seu devoto numa longa viagem além dos mares e não voltar mais?

Sangó respondeu que ele podia, então lhe foi perguntado, o que ele faria depois de ter andado, andado e andado, até as portas de Cossô, a cidade de seus pais, aonde iriam lhe preparar um amalá e oferecer-lhe uma gamela de farinha de inhame, onde dariam orobôs e um galo, um aquicó, Sangó respondeu:
" Depois de me fartar, retornarei a minha casa "
Então foi dito a Sangó, que ele não conseguiria acompanhar seu devoto, numa viagem sem volta aos mares.
Aos que entrava pela porta e ali ficavam em pé, Ifá fez a pergunta:

" Quem dentre os orisás pode acompanhar seu devoto numa longa viagem além dos mares e não voltar mais? "
Oya respondeu que ela poderia.
Foi lhe perguntado,o que ela faria depois de caminhar uma longa distância,caminhar e caminhar e chegar à cidade de Irá, o lar dos teus pais, aonde lhe ofereceriam uma gorda cabra e lhe dariam um pote de cereal.

Oya respondeu:

" Depois de comer até me satisfazer, voltarei para casa "
Foi dito a Oya que ela não poderia acompanhar seu devoto numa viagem sem volta além dos mares.

A todos os orisás reunidos por Orunmilá, Ifá fez a seguinte pergunta:

" Quem dentre os orisás pode acompanhar seu devoto numa longa viagem além dos mares e não voltar mais? "
Osalá disse que ele poderia.
Foi lhe perguntado então:
O que ele faria depois de caminhar  uma longa distância,caminhar e caminhar e chegar à cidade Ifom, o lar dos seus pais, onde matariam duzentos igbins, servidos com melão e vegetais.

Osalá respondeu:
" Depois de comer até ficar saciado, voltarei para minha casa "
Foi dito a Osalá que ele não poderia acompanhar seu devoto numa viagem além doa mares.

A todos os Orisás reunidos por Orunmilá, Ifá fez a seguinte pergunta:
" Quem dentre os orisás pode acompanhar seu devoto numa longa viagem além dos mares e não voltar mais? "
Esú respondeu que ele podia acompanhar seu devoto.
Então foi lhe perguntado:
" O que farás depois de caminhar uma longa distância, caminhar e caminhar , e chegar à cidade de Queto, o lar dos seus pais, e ali te derem um galo e grande quantidade de azeite-de-dendê e aguardente?
Ele respondeu que:
Que depois de se fartar ele voltaria para casa,foi dito a Esú:
" Não, não poderias acompanhar teu devoto numa longa viagem além dos mares e não voltar ".

A todos os Orisás reunidos por Orunmilá, Ifá fez a seguinte pergunta:
" Quem dentre os orisás pode acompanhar seu devoto numa longa viagem além dos mares e não voltar mais? "
Ogum disse que ele sim poderia.
Foi lhe perguntado:
O que ele faria depois de caminhar uma longa distância, caminhar e caminhar  e chegar à cidade de Irê, o lar de seus pais, onde haviam de lhe oferecer feijões-pretos cozidos e lhe matar um cachorro e um galo.
Ogun respondeu:
" Depois de me satisfazer, voltarei para a minha casa, cantando alto e alegremente pelo caminho "
Foi dito a Ogun que ele não poderia acompanhar seu devoto numa viagem sem volta além dos mares.
A todos os Orisás reunidos por Orunmilá, Ifá fez a seguinte pergunta:

" Quem dentre os orisás pode acompanhar seu devoto numa longa viagem além dos mares e não voltar mais? "
Osun disse que ela podia.
Foi lhe perguntado:
" O que farias depois de caminhar uma longa distância ,caminhar e caminhar, e chegar a cidade à cidade de Ijimu, o lar de seus pai , onde te dariam cinco pratos de feijão- fadinho com camarão, tudo acompanhado de vegetais e cerveja de milho ?"
Respondeu Osun:
" Depois de me saciar, voltaria para minha casa ".
E foi dito a Osun que ela não poderia acompanhar seu devoto numa viagem sem volta alem dos mares.

A todos os Orisás reunidos por Orunmilá, Ifá fez a seguinte pergunta:
" Quem dentre os orisás pode acompanhar seu devoto numa longa viagem além dos mares e não voltar mais? "
A todos os Orisás reunidos por Orunmilá, Ifá fez a seguinte pergunta:
" Quem dentre os orisás pode acompanhar seu devoto numa longa viagem além dos mares e não voltar mais? "
O próprio Orunmilá disse que ele poderia, disse que poderia seu devoto numa viagem sem volta alem dos mares.
Foi lhe perguntado:
" O que farás depois de caminhar uma longa distância, caminhar e caminhar e chegar à cidade de Igueti, o lar dos teus pais, onde vão te oferecer dois ligeiros preás, dois peixes, nadam graciosamente, duas aves fêmeas com grande fígados, duas cabras pesadas de prenhas, duas novilhas com grandes chifres?
E onde vão preparar inhames pilados, mingaus de farinhas brancas e a mais preciosa de todas as cervejas?
E também te oferecer os mais saborosos obis, e as melhores pimentas doce?
" Depois de me fartar ", respondeu Orunmilá " Voltarei para minha casa "
O sacerdote de Ifá ficou pasmo, não conseguia dizer uma só palavra sequer.
Porque ele simplesmente não entendia essa parábola.

Disse ele:

" Orunmilá, eu confesso minha incapacidade. Por favor, ilumina-me com tua sabedoria .
Orunmilá, és o líder, eu sou o teu seguidor.
Qual é a resposta para a pergunta sobre quem dentre os Òrisàs podem acompanhar seu devoto numa viagem sem volta além dos mares?"
Falou Orunmilá:

" A unica resposta é ....Ori.
Somente Ori
Disse Orunmilá:
" Quando morre um sacerdote de Ifá, dizem que seus apetrechos de adivinhação, devem ser deixados numa corrente d'água.
Quando morre um devoto de Sangô, dizem que suas ferramentas devem ser despachadas.
Quando morre um devoto de Osalá, dizem que sua parafernália deve ser enterrada ."
Disse também Orunmilá:
" Mas quando os seres humanos morrem, a cabeça nunca é separada do corpo para o enterro.
Não. Lá esta Ori. Lá vai ele junto com o seu devoto, a qualquer lugar "
Falou ainda Orunmila:
" Pois o Ori é o único que pode acompanhar seu devoto numa viagem alem do mares"

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Ikú - Morte

È visto como um agente criado por Olódùmarè para remover as pessoas cujo tempo na Terra tenha terminado. A morte é denominada Ìkù, e trata-se de um personagem masculino. Sua lógica é para as pessoas mais velhas, e e que, dadas certas condições, devem viver até uma idade avançada. Por isso, quando uma pessoa jovem morre, o fato é considerado tragédia; por outro lado, a morte de uma pessoa idosa é ocasião para se alegrar. Sobre isto, costuma-se dizer  Ìkù  kì pani, ayò l' o npa ni - " A morte não mata, são os excessos que matam ".

O odú  Òyèkù Méji revela, em um de seus ìtàn, que a morte começou a matar depois que sua mãe foi espancada e morta na praça do mercado:

Níjó tí won npàyá ìkù nígbè
Lójà Ejìgbòmekùn
Ìkù gbó
Ìkù ban bíi gáte
Ìkú mérin se késé

Ó fefón sokun fà
Ó fàkekèé pa késé ijà mèsé danindànindanin

No dia em que a mãe da morte foi espancada
No mercado de Ejìgbòmekùn
A morte ouviu
E gritou alto, enfurecida
A morte fez do elefante a esposa do seu cavalo
Ele fez do búfalo sua corda
Fez do escorpião o seu esporão bem firme pronto para a luta

Posteriormente, a morte foi subjugada depois que seus inimigos conseguiram que ela comesse o que era proibido comer, segundo o conceito do èwò visto anteriormente, só conhecido através do jogo de Ifá. Neste relato, é a esposa de Ìkù, Olójòngbòdú que revela este segredo:

A díá fún Olójòngbòdú                   
Obìnrin Ìkú
Wón pè é lóòrò kùtùkùtù
Wón ni kín ni Ìkú okoo rè gbodò
Ti ó fi npomo dómoó kiri?

Ó ní Ìkú oko òun ò gbdò jekú
Wón ní bó bá jeku nkó?
Ó ní bó Ìkú a máa wá iróróró iróróró
Ó ní bó Ìkú oko òun, ò gbodò jeja
Wón ní bó bá jeja nkó?

Ó ní esè Ìkú a máa gbón irìrìrì irìrìrì
Ò ní Ìkù oko òun, ò gbodò je yin pépéiye
Wón ní bó bá jeyein pépéiye nkó?
Ó ní Ìkù a máa bì igòròrò igòròrò

Nós consultamos Ifá para Olójòngbòdú
Mulher de Ìkú
Ela foi chamada cedo, pela manhã
Eles perguntaram o que seu marido não podia comer
Que o tornasse capaz de matar outros filhos pessoas ao redor?
Ela disse que a morte, seu marido, não  podia comer ratos
Eles perguntaram o que aconteceria se ele comesse ratos?
Ela disse que as mãos  da morte tremeriam sem parar
Ela disse que a morte, seu marido, não podia comer peixe
Eles perguntaram o que aconteceria se ele comesse peixe?
Ela disse que os pés da morte  tremeriam sem parar
Ela disse que a morte, seu marido, não podia comer ovo de pata
Eles perguntaram o que aconteceria se ele comesse ovo de pata?
Ela disse que a morte vomitaria sem parar

A conclusão deste odù é que foram dados à morte todos os alimentos proibidos, o que fez acalmar e impedir a sua tarefa que estava sendo feita sem qualquer critério, ou seja, a morte foi subjugada apenas depois que seus inimigos conseguiram que ela comesse o que era proibido comer. Verificamos novamente a importância do respeito às coisas proibidas, èwò, cujo o conhecimento só é possivél através do sistema de Ifá.

Devemos registrar que, no processo de divinização de Ifá, ocorrendo a caída deste odú, irá revelar  vitória de  qualquer pessoa sobre a morte.
Embora a morte seja inevitável, e imprevisível vimos que ela pode sofrer alterações através da intervenção
de Òrunmìlà ou de qualquer outro orisá junto a Olodumarê, e isto é previsto em outro mito, quando Èsù consegue subornar o filho de Ìkù, que revela o modo pelo qual Ìkù matava com o uso de uma clava, a fonte indispensável de seu poder . Sem essa clava, Ìkù tornava-se impotente, Èsù foi ajudado por Ajàpàá, a tartaruga, que conseguiu o que desejava, conforme o dito Ajàpàá gbé òrúkú l' owó Ìkù - "A tartaruga tirou a clava das mãos de Ìkù". Posteriormente, fez um pacto com Òrúnmilà, com a condição dele ajudá-lo a recobrar  a sua clava; em troca, Ìkù  só levantaria aqueles que não se colocarem sob proteção de Òrúnmìlá ou aqueles que estivessem com a data ja determinada para o fim de suas vidas na terra. Isso reflete  a necessidade de um constante  acompanhamento da situação de uma pessoa através do jogo. Daí o provérbio Arùn  l' a wò, a kì wo Ìkù - " A doença pode ser curada, a morte não pode ser remediada ". E ainda odù Irò-sun-Oso revela:

Aìdé Ìkù l' à mbo Òsùn
Aìdè Ìkù l' à mbo Òrisà
Bi Ìkù bá dé, Ìkù ò gbà ebo.

Se Ìkù não chegar,adoremos Òsùn
Se Ìkù não chegar,adoremos Òrisà
Se Ìkù realmente chegar, não adianta Ìkù receber sacrificio






   

Orunmilá

Orunmilá aprende o segredo da fabricação dos homens

Obatalá reuniu as matérias necessarias à criação do homem, e mandou convocar os seus irmãos orisás.
Apenas Orunmilá compareceu, por isso  Obatalá o recompensou, permitiu que apenas ele conhecesse os segredos da construção do homem.
Revelou a Orunmilá todos os mistérios e os materiais usados na sua confecção, Orunmilá tornou-se assim o pai do segredo, da magia e dos conhecimento do futuro.
Ele conhece as vontades de Obatalá e de todos os orisás envolvidas na vida dos humanos, somente Orunmilá sabe de que modo foi feito o homem, que aventuras e que infortúnios foram usados na construção de seu destino.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Orisa - Multiplicidade

A multiplicidade do panteão de divindades, que produziu o mesmo efeito no candomblés do Brasil, pode ser explicada através do seguinte quadro:

1: O mesmo Òrisà e venerado com outros nomes em religiões diferentes, tornando-se outra divindade:

Ìrókò                (yoruba)       Lóko     (jeje)
Sàpònná           (uoruba)       Sapata   (jeje)
Sángó                (Òyó)         Òrànfè    (Ifè)
Yemonja        (Abéòkúta)     Mawu    (jeje)

2: O mesmo òrisà e reverenciado em cidades diferentes, passando a ter o segundo nome designado o lugar de origem do culto:

Ògún Oniré           (Ìré)         Ògùn Edejé             (Ilodo)
Òsun Òsogbo    (Òsogbo)    Òsun Yeyepondá    (Ipondá)

Èsù Jelú                (Ijèlú)      Èsú Woro                 (Woro)

3: O mesmo òrisà recebe outros nomes de acordo com seus atributos ou fatos relativos às suas realializações

Ògún Mejèèje: refere-se as lutas contra as sete cidades antes de Ògún invadir a cidade de Ìrè
Èsù Akésan: é a denominação de Èsù quando assentado para a prática dos jogos divinatórios;
Ìyárí: é aversão de Yemonja como a dona das cabeças;
Obalùwáyé: titulo que Omolu recebe e que significa " Rei e Senhor da Terra "
Yansàn: titulo de Oya com duplo significado: "Mãe da Tarde" ou  "Mãe dos Nove" (orun)
Òsáigbó: titulo de Òsàála como rei dos igbó
Ìyáominibú: denominação de Òsun como a Mãe das Águas Profundas.

4: Heróis,Reis e Guerreiros entram no panteão das divindades através da excessiva veneração por parte do povo:

Òrànmíyàn: rei de Òyó e pai de Sangó
Odùdúwà: rei de Ifé e ancestral do povo yorubá
Aganjú: 4º rei de Òyó e filho de Àjàká

5: O enredo de um òrisà com outro cria interferência e amplitude de seus poderes, advindo dai um novo nome:

Òsun e Òsóòsí: Yeyeòkè
Yemonja e Ògùn: Ògúnté

Este crescimento no panteão das divindades fez aumentar, paralelamente, o número de símbolos, cânticos e rituais, com a noção exata de que todas as divindades são reais portadoras de caracterizações variadas divindades principais

Orun Àiyé: José Beniste: pag 93

sábado, 17 de setembro de 2011

QUANTO PAGAR E PORQUE PAGAR

Que fique muito claro que, a todo instante e durante todo o texto que abaixo será observado pelo leitor atento, refiro-me aos VERDADEIROS SACERDOTES de Òrúnmìlà, ou dos Cultos aos outros Òrìsà do panteão religioso Yorùbá. Estarei referindo-me aos sinceros e honestos praticantes de uma Religião digna e honrada que é a Religião que nos foi legada pelo povo Yorùbá. Pais e Mães de Santo, INESCRUPULOSOS, estão excluídos das referencias que faço abaixo, porque entendo que estes títulos já viraram sinonimo de Macumbeiro, aqueles que só comercializam com a Fé.

PAGAMENTOS REALIZADOS EM DINHEIRO PELOS PRÉSTIMOS AOS ÒRÌSÀ

É esta uma das mais comuns observações e críticas que vejo ser dirigida para a Religião dos Òrìsà, tendo como alvo direto o Babaláwo ou o Bàbálòrìsà /Ìyálòrìsà, ou seja, a cobrança por parte do Sacerdote e os pagamentos feitos pelos ritos que serão realizados. Excluídas todas as ressalvas que já foram exaustivamente feitas em defesa desta prática sagrada, que é o pagamento para que sejam ministrados os sacramentos que toda religião possui, e que não exclui a Religião dos Òrìsà, devo tentar fazer lembrar alguns fatos que no meu ver são de extrema relevância, tanto ao Sacerdote como ao Fiel ou Iniciado. Quando alguém paga para a realização de algum rito dirigido aos Òrìsà, ele está:

1. Contribuindo para a continuidade da existência de um Templo Sagrado dos Òrìsà, fato que gera condições para que a religião, onde sua fé está depositada, continue a existir;

-          Ajudando a custear a manutenção de um Sacerdote que dedica sua vida a prestar serviços religiosos para o bem estar daqueles que o procuram;
-          Colaborando para que o Sacerdote tenha tempo e condições de praticar, estudar e aprender mais sobre sua própria Religião, e com isso oferecer mais aos seus fiéis;
-          E outros.

Se todas as citações acima são de suma importância, julgo que existe outra ponderação mais importante, ou seja:
Quando um Fiel, ou um Iniciado, paga para que um ritual seja presidido, ele está "gastando seu dinheiro", na maioria das vezes, com sua própria Orí (cabeça, energia primordial, Orisa principal, energia interior) ou com seus próprios Òrìsà.

PODE HAVER UM DINHEIRO MAIS BEM EMPREGADO DO QUE ESTE?

Parece-me que os pagantes se esquecem disso! Mas ainda, não chegamos ao ápice da questão. A grande e maior importância que deve ser dada ao dinheiro que é gasto com a Religião está diretamente relacionada com o fato de se estar dedicando o sacrifício para ganhar o dinheiro, empregando um determinado valor para uma obra de Elédùmarè (Deus).

Em síntese: Eu observo que as pessoas relacionadas com a Umbanda e o Candomblé RECLAMAM por gastar seu dinheiro com suas próprias Orí, com seus próprios Òrìsà e principalmente com os templos da sua própria religião, onde se pratica a obra de Elédùmarè (Deus).

Mas, EXIGIR e cobrar o melhor para si, todos exigem.
Como alguém pode querer receber com amor, se não dá com amor?
Aqui está uma das grandes chaves para o sucesso, ou para o fracasso, de qualquer rito realizado nos Templos dos Cultos aos Òrìsà. Todas as religiões ensinam seus fiéis a dar amor para Deus. E este dar não envolve somente dar coisas abstractas, mas envolve também em dar coisas concretas, materiais e necessárias para a manutenção e existência da continuidade da religião.

Elogio aqui muitos cristãos que já aprenderam a doar para as suas igrejas, ENTENDENDO que aquilo que doam é pela necessidade que sentem de fazer com que a palavra do Deus que eles acreditam seja expandida e difundida aos quatro cantos do mundo. É assim que crescem as Igrejas Evangélicas, muitas vezes causando ciúme para seus próprios irmãos da mesma fé. Mas, literalmente oposto a isso, vejo que nas casas de Cultos Afro-brasileiros as pessoas reclamam por gastar seu dinheiro com as obras de Deus, reclamam que seus Babá e Ìyá são pessoas ignorantes e sem cultura, reclamam que sua religião está sendo massacrada na mídia, mas eu pergunto:

Qual a condição financeira que estas pessoas, que reclamam, dão para que este quadro seja revertido, já que ninguém quer pagar para obter o auxílio do Sacerdote ou do Templo que frequenta?  
As Ilé Àse Òrìsà, conhecidas como Casas de Santo, não são também a Casa de Deus?
Quem paga pode exigir! Exigir que o Sacerdote estude e se aprimore. Exigir que o Templo seja limpo e bem cuidado. Exigir receber ensinamentos. O Sacerdote pode até ser rico e a Ilé Òrìsà pode até ser luxuosa, desde que seus Fiéis e Filhos Iniciados também tenham sabedoria, riqueza e sucesso. Esta é a troca, que todos desejam obter de Elédùmarè (Deus) quando vão buscar o auxílio dos Òrìsà através do Sacerdote Bàbálòrìsà. Se, egoisticamente, alguém nega parte do que tem de material para as obras de Deus, o que poderá esperar em troca? Faça sua religião ser grande e forte, e você será sábio, rico e próspero. Seja mesquinho com as obras de Deus e com sua religião, e sua vida se resumirá num eterno pedir e reclamar. E, se por acaso, o Bàbálòrìsà, o Rabino, o Padre ou o Pastor empregar mal o dinheiro que recebe, a responsabilidade espiritual é dele. Faça você a sua parte, doando para as obras onde seu Deus se encontra, sempre com amor e sem apego. O Sacerdote ou o Templo são, para você, meros instrumentos. Lembre-se que, perante Elédùmarè (Deus), cada um é responsável pelos seus atos.

Awofá Ifákemi Miguel Ti’obatalá
EGBE MÒGÀJÍ IFÁ (COMUNIDADE HERDEIROS DE IFÁ/GO)

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Perfil das Pessoas - Tendências e Temperamentos que os Òrisàs oferecem

Èsù:
Carácter variavél, ao mesmo tempo bom e ruim - compreensão dos problemas alheios - são conselheiros e intrigantes - procuram fazer tudo certo, mas se resolvem, fazem tudo errado - são pessoas fortes e incasáveis - intrigantes, desordeiros, animados, alegres e brincalhões - gostam de fiscalizar os outros, gostam de resolver encrencas que surgem - ciumento e interesseiros.

Ògún:
Nada temem - atlético, agressivos e de mau humor - como maridos são brutais e insensíveis - viris e conquistadores - costumam separar e juntar - são rápidos - agem sem pensar - ofendem-se facilmente - insistentes naquilo que desejam - emotivos, impacientes e brigões - arrependem-se facilmente - gostam de comer bem e de beber - temperamento difícil - muita iniciativa.

Òsósòsì:
São espertos,ágeis,esbeltos _ tem senso de responsabilidade - apaixonados, rômanticos, carinhosos, volúveis, narcisistas - são festeiros - amáveis, educados e muito estimados - podem chegar a ser falsos e traiçoeiros - qualidades artísticas, criatividade, iniciativas, curiosos - agressivos e francos a ponto de serem grosseiros - não guardam segredos.

Òsányìn: Frágeis, saúde delicada,responsáveis,volúveis sem ambições - são dados a estudos e reflexões - sonhadores - esquisitos e desligados - preservam a liberdade - propensão à homossexualidade - dotados de muita energia - prestativo - carentes - desinteressados - ligados a família, mas gostam de viver de forma independente.

Omolu: Possuem a marca do òrìsà no corpo - resistência diante das doenças - relacionamentos social difícil - os homens não têm sorte com mulheres - se for mulher pode não ser boa mãe - gostam de família - dedicam-se a outras pessoas a ponto de esquecer de si próprios - generosos  e com senso de responsabilidade - gostam de se modificar - reservados e caseiro - o que é seu é seu - não admitem que nada lhes seja tomado - muita intuição.

Òsumarê: Tendências à riqueza - generosidade - não negam ajuda - têm beleza - são elegantes e despertam atenções - são pessoas dadas a surpresas - dinâmicos e curiosos - inteligentes, espertos, pacientes, perseverantes, exibicionistas, raivosos - possuem cacoetes - são uma cobra embrulhada num papel de presente - dão o bote sem esperar.

Nànà: São velhas antes do tempo - lenta nos atos e ações - calmas, equilibradas, trabalhadoras, gentis, dignas - têm reservas sobres homens - resistências física, austera, sem beleza ou vaidade - não suportam desordem e desperdício - gostam de crianças - reclamam muito - são sábias, carinhosas, ranzinzas - são dadas a cozinhar e costurar.

Òsun: Graciosas, elegantes, sensuais, delicadas - o encanto é a arma para conseguir  que desejam - chegam a ser infantis - não recusam nada -  premonição - podem ser perigosas - falsas - o rio está calmo mas a pessoa se afoga - adoram joiás - tendências a perdê-las -  busca de posição social -  emotivas - voz suave - dependentes - meigas,sorridentes, às vezes preguiçosas - problemas conjugais - astutas.

Obà: Mulheres valorosas - são incompreendidas - atitudes agressivas em consequência de experiências não bem sucedidas - tendências viris - ambiciosas, buscam nada perder - masculinizadas - forte aparência física - não levam desaforos - julgam-se superiores junto ao marido ou a outras mulheres.

Yemonja: Impresiveis como as ondas - ciumentas - esposas e mães zelosas - perdoam mas não esquecem - desconfiadas - fazem as coisas e tiram o corpo fora - aparentemente calmas - dão para os negócios - se forem magras, fogem do conceito e se tornam perigosas - exigentes no respeito à posição assumida.

Yánsan: Audaciosas, poderosas, astutas e ciumentas - dedicadas ao companheiro, não admitindo ser enganadas - fiéis e leais, podendo mudar, caso sejam contrariadas em seus projetos - vistosas, bonitas, possessivos - atividade sexual - são do momento - sentem -se bem diante dos problemas - sabem viver nas tempestades - irrequietas - energia e dinamismo.

Sángo: Conscientes de uma suposta realeza - sentimentos ligados a justiça - não admitem sem contrariados, podendo ser violentos e incontroláveis - tendências à obesidade - ligados a mãe - liderança -gostam da vida, mas temem a morte  - vingativos - orgulhosos, teimosos, atrevidos, elegantes, gulosos, dorminhoco - não são asseados - conquistadores - infiéis - cimentos - senhores de sua  obrigação - pão duros -  não sabem perdoar - brincalhões

Lógun Ède: Bonitos e de trato fácil - orgulhosos de sua beleza - são eternos jovens mulherengo -  calmos, educados, ciumento, individualistas, pão duros, narcisistas - o que é seu é seu - vaidosos -  gostam de demonstrar grandeza -  quando vêem roupa cara e outra barata, compram a mais cara.

Òsàlúfón: Pessoas calmas e dignas - teimosas - não mudam planos mesmo com opiniões contrárias - assumem a consequência de seus atos - frágeis - podem ter defeito de nascença no corpo - friorentos, vingativos - podem ficar afastados dos instintos carnais - auto controle - perfeição, gostos simples, observadores, odeiam barulho, sugeria e desordem - chegam a ser altamente respeitáveis - não perdoam - irritam os outros com a sua prepotência e segurança - liderança - gulosos - se fizerem para eles, haverá retorno - pão duros.

Òsàgiàn: Alto - robustos, amigos das mulheres - gostam de mandar - vaidosos - dificuldades no emprego - não gostam de ser mandados - procuram impressionar - faladores -  brincalhões - intuição - alegres - gostam da vida - não são agressivos - mandões - preguiçosos  - sonsos - podem vir a ser falços - dividem tudo que tem

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Iyá Nasso

Iya Nassô Ylorixa conhecida como fundadora do Mitico Candomblé da Barroquinha juntamente com outras duas Iyas preservadas na tradição oral do Candomblé bahiano de Ketu Iya Akala e Iya Adeta são ladeadas de mistérios e segredos em um tempo quase imemoravel.
No entanto nos últimos anos muitos tem sido os interessados em desvendar este mistério que paira sobre a origem do Candomblé de Ketu. Além de Pierre Verger, Vivaldo Costa Lima, Nina Rodrigues entre outros, temos alguns contemporâneos como Renato da Silveira e Lisa Earl Castilho que trazem a tona muitos documentos que apontam para desmitificação desta história.

Em sua pesquisa documental Lisa Earl Castilho, que foi publicada pela revista Afro-Asia em sua edição 36 de 2007. Ela através de uma pesquisa profunda nos arquivos públicos da Bahia traz a luz inumeros documentos como testamentos, ocorrências policiais, cartas de alforria, petições entre outros que apontam a identidade "brasileira" de Iya Nasso, que como ja esclarecido por diversos entendidos do assunto, é o nome de um titulo da corte do Alafin de Oyo, responsável pelo culto a Sango e divindades secundarias ligadas a este no palacio de Oyo, importante cidade-estado durante séculos.

Através do testamento deixado por Marcelina da Silva (Obatossi) em que ela descreve seu desejo em que seja celebrada in memorian missa a seus antigos senhores Jose Pedro Autran e Francisca Silva casados, moradores da Ladeira do Passo, na Freguesia do Passo em Salvador e seu filho Domingos a pesquisadora da inicio a uma serie de desenrolares na história acerca dessa figura lendária.
Através de outros documentos, ela identifica que este senhores a que Marcelina (Obatossi) cita em seu testamento eram negros da Costa forros libertos, e também proprietário de escravos, já que naquela época a posse de escravos era considerado um investimento seguro e lucrativo, mesmo por parte de ex escravos, que apesar do preconceito existente ascenderam economicamente na Bahia daqueles tempos. Esta senhora e seu marido Jose Pedro Autran constam em muitos documentos principalmente em concessão de alforrias, em especial em fevereiro de 1937 que concederam mais de 15 alforrias a seus escravos inclusive Marcelina (Obatossi) e sua filha a crioula Magdalena constando mais tarde em Outubro na alfândega registros destes e seus escravos alforriados vistos para viagem a África mais especificamente a Costa como era conhecida aquela região da África naqueles tempos. Isso comprova o que diz a tradição oral a respeito da viagem a África por Iya Nasso e Obatossi relatada por Mãe Senhora a Pierre Verger e Costa Lima.
Mas o fato motivador da viagem desta de volta a África pode ter sido por outras razões que não o de aperfeiçoar seu conhecimento a respeito do culto aos Orisás.
Considerando a hipótese apontada pela pesquisadora de que Francisca Silva seria a lendária Iya Nassô, "comprovada" por toda documentação pesquisada, esta teria saido do Brasil por conta da perseguição estabelecida pelas autoridades após a revolta do malês na Bahia, tendo seu filho como um dos suspeitos da insurreição. Ela em defesa de seu filho, Domingos, citado por Obatossi em seu testamento opta por deixar o país em troca de seu filho ser deportado. Segundo a pesquisadora após Outubro de 1837 nada mais indicava um retorno de Francisca Silva (Iya Nassô) a Bahia, tendo possivelmente falecido por lá. No entanto em meados nos anos de 1840 documentos voltam a apontar Marcelina Silva (Obatossi) tais como registros de batismo, escrituras de imóveis apontando que esta voltou da viagem a África e se estabeleceu novamente na Bahia, possivelmente assumindo o culto deixado por Iya Nassô, e mais tarde fundando o Terreiro da Casa Branca o Ilê Axe Iya Nassô Oka.

Na pesquisa um outro descrito interessante refere-se a prisão de seus filhos suspeitos de participantes da Revolta do Malês, ns ocorrências policiais testemunhos de pessoas próximas da casa de Francisca Silva descreve festas com a presença de um grande numero de nagos, vestidos de branco e vermelho com colares no pescoço, cânticos em língua yoruba, possivelmente um culto a Sango já que seu outro filho Thomé possuía registro de origem, ele vinha de Oyo.
Todos estes fatos documentados apontam para uma hipótese bastante concreta de que Francisca Silva tenha sido Iya Nassô e que esta tenha de fato trazido consigo o culto a Sango e talvez outras divindades secundarias daquela região de Oyo, e tenha voltado a África sem retorno a Bahia, porem deixado para sempre seu nome registrado na história do Candomblé de Ketu, sucedida anos depois por Marcelina Silva (Obatossi) que mais tarde o lado de Iya Adeta e Akala fundam a Casa Branca.

Concluindo todos estes fatos constatados a hipótese é de que Iya Nassô tenha sido mesmo a Sra Francisca Silva e tenha cultuado Sango em sua própria casa até sua partida para África, permanecendo no Brasil ainda Iya Adeta e Akala que promoviam também em suas casas cultos a Odé (Oxossi) e Aira. A outra hipótese que conclui-se é que o Candomblé da Barroquinha a que todos se referiam eram os festejos realizados no salão de festa anexo a Igreja da Barroquinha, sede da Irmandade do Martirios, aonde realizam a sombra do sincretismo festas a seus Orixás, o Candomblé como conhecemos hoje so teria passado a existir a partir da fundação da Casa Branca.

Oração São Francisco de Assis

Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvida, que eu leve a fé;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, Fazei que eu procure mais
Consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois, é dando que se recebe,
é perdoando que se é perdoado,
e é morrendo que se vive para a vida eterna

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

História Zé Pilintra


José Emerenciano nasceu em Pernambuco, filho de uma escrava forra com seu ex-dono, teve algumas oportunidades na vida.Trabalhou em serviços de gabinete, mas não suportava a rotina.Estudou, pouco, pois não tinha paciência para isso.
Gostava mesmo era de farra, bebida e mulheres, não uma ou duas, mas muitas. Houve uma época em que estava tão encrencado em sua cidade natal que teve que fugir e tentar novos ares.Foi assim que Emerenciano surgiu na Cidade Maravilhosa.

Sempre fiel aos seus princípios, está claro que o lugar escolhido havia de ser a Lapa, reduto dos marginais e mulheres de vida fácil na época.
Em pouco tempo passou a viver do dinheiro arrecadado por suas "meninas", que apaixonadas pela bela estampa do negro, dividiam o pouco que ganhavam com o suor de seus corpos.
Não foram poucas as vezes que Emerenciano teve que enfrentar marginais em defesa daquelas que lhe davam o pão de cada dia.E que defesa!
Era impiedoso com quem ousasse atravessar seu caminho.
Carregava sempre consigo um punhal de cabo de osso, que dizia ser seu amuleto, e com ele rasgara muita carne de bandido atrevido, como gostava de dizer entre gargalhadas, quando nas mesas dos botecos de sua preferência.
Bebia muito, adorava o álcool, desde a cachaça mais humilde até o isque mais requintado.E em diversas ocasiões suas meninas o arrastaram praticamente inconsciente para o quarto de uma delas.
Contudo, era feliz, ou dizia que era, o que dá quase no mesmo. Até que conheceu Amparo, mulher do sargento Savério.

Era a visão mais linda que tivera em sua existência. A bela loura de olhos claros, deixava-o em êxtase apenas por passar em sua frente.
Resolveu mudar de vida e partiu para a conquista da deusa loura, como costumava chama-la.
Parou de beber, em demasia, claro!
Não era homem também de ser afrouxado por ninguém, e uns golezinhos aqui e ali não faziam mal a ninguém.
Dispensou duas de suas meninas, precisava ficar com pelo menos uma, o dinheiro tinha que entrar, não é?
Julgava-se então o homem perfeito para a bela Amparo.
Começou então a cercar a mulher, que jamais lhe lançara um olhar.
Aos amigos dizia que ambos estavam apaixonados e já tinha tudo preparado para levá-la para Pernambuco, onde viveriam de amor.

Aos poucos a história foi correndo, apostas se fizeram, uns garantiam que Emerenciano, porreta como era, ia conseguir seu intento.
Outros duvidavam Amparo nunca demonstrara nenhuma intimidade por menor que fosse que justificasse a fanfarronice do homem.

O pior tinha que acontecer, cedo ou tarde.
O Sargento foi informado pela mulher da insistente pressão a que estava submetida.
Disposto a defender a honra da esposa marcou um encontro com o rival.
Emerenciano ria, enquanto dizia aos amigos:
- É claro que vou, ele quer me dar a mulher? Eu aceito! Vou aqui com meu amigo...
- E mostrava seu punhal para quem quisesse ver.

Na noite marcada vestiu-se com seu melhor terno e dirigiu-se ao botequim onde aconteceria a conversa.
Pediu uísque, não era noite para cachaça, e começou a bebericar mansamente.
Confiava em seu taco e muito mais em seu punhal.
Se fosse briga o que ele queria, ia ter.
Ao esvaziar o copo ouviu um grito atrás de si:
- Safado!
- Levantou-se rapidamente e virou-se para o chamado.

O tiro foi certeiro.

O rosto de Emerenciano foi destroçado e seu corpo caiu num baque surdo.
Recebido no astral por espíritos em missão evolutiva, logo se mostrou arrependido de seus atos e tomou seu lugar junto a falange de Zé Pelintra.

Com a história tão parecida com a do mestre em questão, outra linha não lhe seria adequada.
Hoje, trabalhador nos terreiros na qualidade de Zé Pelintra do Cabo, diverte e orienta com firmeza a quem o procura.
Não perdeu, porém a picar dia dos tempos de José Emerenciano.
Sarava Seu Zé Pelintra!