sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Reza Senhor do Dia

ÀDÚRÀ TI OLOJÓ ÒNÌ 

IJÒ YÍ OLÙWA ÌYÈ IJÓ YÍ
IJÒ YÍ OLÙWA ÌYÈ IJÓ YÍ
MÁ JÉ KÓ BÀJÉ
MÁ JÉ KÓ ARO
MÁ JE KÓ BÀJÉ O
ÌYÉ IJÓ YÍ, ÌYÈ IJÒ YÍ

Persistente Senhor do Dia e da vida
Persistente Senhor do Dia e da vida
Não me permita aprender a corromper
Não me permita aprender tristezas
Não me permita aprender a corromper-me
Senhor do Dia e da vida, Senhor do Dia e da vida.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

IRE OLOKUN

Invocando o Espírito do Oceano para ter boa fortuna

AGBE NI IGBE’RE  K ‘OLÍKUN SENIADE.
ALUKO NI IGBE’RE  K’OLOSA IBIKEJI ODO.
OGBO ODIDERE NI IGBE’RE  K’ONIWO.
OMO AT ‘ORUN GBE ‘GBE AJE KA ‘RI  W’AIYE.
OLUGBE-RERE KO, OLUGBE-RERE KO, OLUGBE-RERE KO.
GBE RERE KO NI OLU-GBE-RERE.

ASE.



 Agbe é o pássaro que faz a sorte de Seniade, o Espírito do Oceano.

Aluko é o pássaro que faz com que a sorte do Espírito da Lagoa é o assistente do Espírito do Oceano.

O papagaio é a sorte o levou a cabeça de Iwo.

A criança que trouxe uma carga de coisas boas do céu à terra.

O maior deles é que dá coisas boas, maior é que dá coisas boas, o maior é aquele que dá coisas boas.

Dá-me coisas boas grande que coisas boas.




ORÍKÌ   OLOKUN
(Saudando Espírito Do Oceano)

IBA OLÓKUN, IBA ‘GE OLOJO ONI, A DUPE O.
A DUPE ÒRÚNMÌLÀ, ELERIN IPIN IBI KEJI OLODUMARE.
ÈSÙ PÈLÉ O.
OLÓKUN PÈLÉ O.
OLÓKUN MO PE O, OLÓKUN MO PE O, OLÓKUN MO PE O.
NI ÍGBA META.
OKUTA LA PE MO SE JE, ETI ‘G  BURE OBI RI KITI.
NI ‘KA LE, OLÓKUN PÈLÉ O.
OLÓKUN FE MI LO’RE, MO DUPE.
OLÓ KUN FUN ME LO MO, MO DUPE.
OLÓ KUN FUN ME LO’MO, MO DUPE.
OLÓ KUN FUN ME LA LAFIA, MO DUPE.
ORO TI ASE FUN OLÓKUN NI AWON OMO RE WA SE FUN OYI O
OLÓKUN IBA SE, OLÓKUN IBA SE, OLÓKUN IBA SE O.
OLÓKUN NUAA JEKE AWON O’IKU.
MA JA KIKI WA ORUN.
OLÓKUN BA ME.
NU NI O SI O KI E LU RE YE TORAY.
B’OMI TA ‘AFI A ROW PON ASE ASE
ASE ‘SE O.

Olokun Louvor, louvor o proprietário do dia, obrigado.

Agradeço ao Espírito do Destino,

Testemunha da Criação, o segundo de Pai da Criação.

Saúdo o Mensageiro Divino.

Ocean Spirit Eu saúdo.

Ocean Spirit eu chamá-lo.

Olokun eu chamá-lo.

Ocean Spirit eu chamá-lo.

Eu chamo-lhe três vezes.

É a pedra que rompe de repente

sem sangramento, o portador da boa notícia.

Que não tem idade.

Saúdo Olokun.

Ocean Spirit infinitas sem fundo, damos graças.

Olokun guiar-nos, damos graças.

Ocean Spirit nos dá filhos, nós te agradecemos.

Olokun nos dá saúde, nós te agradecemos.

O poder de transformação vem através de ritual Olokun e está além da compreensão.

Respeito Olokun, Olokun respeitado, respeitar o espírito do Oceano.

Ocean Spirit nos protege do desastre e da morte.

Louvar o poder do céu.

Minha Mãe Olokun, salva-me.

Eu vou te adorar enquanto há sempre o oceano.

Haja paz nas águas que trazem o poder do espírito. 
Asé

Yewa

Íyewá é um Vodun feminino da família Dambirá, filha de Toy Azonze e Dambala, irmã de Boçalabê nasceu para ser o símbolo da pureza e da beleza dos deuses. Do nascimento a fase adulta Iyewá viveu na familia de Dan onde representava a faixa branca do arco-íris onde também mora Ojiku. Recebeu de Dan-Wedo o poder da vidência, da riqueza, e todos os corais que existiam no mar que ela pegava com seu arpão.
A beleza física de Iyewá encantava a todos que olhassem em seus olhos, mas essa nunca se encantava com ninguém, pois era o símbolo da virgindade e da pureza. Muitos homens se apaixonaram por ela e todos foram punidos pelos deuses, pois sabiam que era proibido amar a grande virgem.

Iyewá adorava ver o pôr do sol e sempre saía a passear pelos campos flóridos acompanhada por dois bravos guardiões que não permitiam que ninguém se aproximasse dela. Era um casal de gansos brancos, lindos e majestosos. Certo dia, estava Iyewá a apreciar o pôr do sol, quando uma galinha, se aproveitando da distração dos  gansos, aproximou-se e ciscou muita terra sobre as vestes brancas de Iyewá, essa se enfureceu e amaldiçoou a galinha e dai para frente nunca mais quis ver uma em sua frente como também resolveu mudar suas roupas para as cores do por do sol.

Certo dia Iyewá avistou um belo homem, um guerreiro e se encantou por ele. Iyewá enfrentou e desafiou todos os deuses por amor a esse homem e teve como castigo o exílio. Foi expulsa da família de Dan e considerada a cobra má. Durante seu exílio, Iyewá teve que fugir e esconder-se das fúrias dos deuses.
Em sua primeira fuga, Iyewá contou com a ajuda de um grande caçador e guerreiro, Odé, que a escondeu nas profundezas das matas escuras, em terras Yorubanas. Vejamos que Iyewá chega nas terras yorubanas, encontrando abrigo entre os Yorubás que a transformara em uma cobra boa e bela, a metade feminina de Osumare. Por este motivo Osumare e Iyewá, em qualquer ocasião dançam juntos. Vendo-se em um lugar sombrio e sem recursos de
sobrevivência a sua disposição Iyewá aceitou o ofá que Odé lhe oferecera. Aprendeu a caçar junto com ele e com os demais caçadores.

A beleza de Iyewá encantava e perturbava Odé e aos demais que viviam nas matas, pois eles sabiam que não podiam se apaixonar por ela, temiam as fúrias dos deuses. Odé então, fez para Iyewá uma coroa de dans e folhas de palmeiras desfiadas. Mandou que ela a coloca-se, assim ninguém se aproximaria dela com medo das dans e as folhas desfiadas da palmeira esconderiam sua beleza contagiante. Iyewá gostou do presente, pois viu nesse, a possibilidade de esconder-se dos deuses e livrar-se de sua fúria.
Com o uso da coroa Iyewá pode sair da escuridão das matas e ir apreciar o que mais ela amava e representava o pôr do sol.
Faltavam-lhe seus guardiões, pediu ajuda a Odé e esse caçou para ela um casal de gansos negros, pois foram os
únicos que encontrara. E assim, Iyewá passou a ver e viver o pôr do sol novamente em seu exílio.
Passado um tempo, seu pai Toy Azonze foi aos deuses pedir por sua filha Iyewá que já tinha sido por demais castigada.

Depois de muitos pedidos e oferendas aos deuses, esses concederam a Azonze a guarda de Iyewá que deveria morar com ele. Toy Azonze embrenhou-se nas matas a procura de sua filha e a encontrou junto com Odé.
Como agradecimento por tudo que fez por Iyewá, Toy Azonze deu a Odé um par de chifres e o poder de chamá-lo, e aos espíritos da caça quando assim precisasse. Iyewá foi morar no reino dos mortos junto com Toy-Azonze e com esse passou a exigir o cumprimento da moral e dos bons costumes. Em sua nova morada Iyewá recebeu o caracolo ou Aracolê, que nada mais é do que a cabaça mágica, que contém os pós encantados, o ofó, que são preparados e
encantados com muita sabedoria de quem possui esses fundamentos, a função do Aracolê é de proteger contra inimigos, e faz desaparecer sem que se saiba como nem porque, ou camuflar-se, dando-lhe também o poder de se transformar no que quiser e bem entender, como por exemplo, pode reaparecer como uma fada, uma bruxa, uma
velha, uma moça, uma rainha, serva, ou como um pássaro, principal sinal do elemento feminino, o que a faz ser uma Elèyé (feiticeira que se transforma em pássaro), ou como serpente animal sobre o qual exerce poder e fascínio, símbolo de sabedoria e antiguidade, e com quem tem grande cumplicidade e aliança, poderes esses adquiridos em suas origens de Vodun. Nessas horas ela se indentifica-se com Yami-Osoronga, a terrível mulher-pássaro, chefe de todas as Yamis (feiticeiras), portanto o Aracolê é o grande asé de Iyewá, sem o ato do Aracolê, e outros atos mais profundos, que são exigidos para que uma iniciação seja vinculada e perfeita no TA de uma iniciada, esta torna-se incompleta. Portanto o Aracolê é onde ela guarda todos os segredos dos ancestrais e os invoca quando é necessário e o Eruxim com o qual espanta os Eguns enviando-os para os caminhos de Aveji-Da (Oyá). Sempre que possível Iyewá engana Iku (morte) e salva uma vida.

Iyewá é um Vodun raríssimo de ser encontrado no TA (cabeça) de alguém. A feitura de Iyewá deve ser sempre em TA
de virgens e nunca em TA de homens. Por ter o poder da vidência, Iyewá tem o poder de nos livrar do ""olho grande"" e das invejas. Quem sabe cuidar desse Vodun, se livra facilmente dos invejosos.
Encontramos Iyewá tanto nas águas quanto nas matas e mundos subterrâneos (aquático e terrestre), mas seu local
preferido é sempre o horizonte, onde o pôr do sol faz o encontro dos dois mundos e o céu se encontra com a terra, A NOITE CHEGANDO, local este regido pelo Odu Oyeku-Meji. Isso também é Iyewá, é neste momento da noite chegando que Iyewá se transforma em uma linda mulher, a contemplar o céu, as estrelas e adquire grandes forças mágicas. Iyewá é também simbolizada pelos raios brancos do sol, da neve, o sumo branco das folhas, o branco do arco-íris, os espermatozóides, a saliva e ainda, é representada pela cobra fêmea, símbolo da beleza e clarividência. Iyewá também é conhecida com outros nomes entre os Yorubás, nomes sempre carinhosos em louvor aos seus poderes, como veremos mais adiante.
Iroko, o Vodun da árvore sagrada, mestre feiticeiro, nutre uma paixão por Iyewá, sua mestra e rainha, contam os mitos que ela ajudou Iroko a crescer, apesar da convivência entre os dois Voduns não ser das melhores, mesmo assim Iyewá, deita-se nas suas  enormes raízes como se fosse braços, nas noites de lua cheia, no horário em que ninguém se atreve a visitar o Pé de Iroko, e fica a contemplar a beleza do céu estrelado e da lua na imensidão do silêncio ouvindo o vento a cantar.

As virgens contam com a proteção de Iyewá e, aliás, tudo que é inexplorado conta com a sua proteção; a mata virgem, as moças virgens, rios e lagos onde não se pode nadar ou navegar. Iyewá domina a vidência, atributo que o Deus de todos os oráculos, Orunmila lhe concedeu o poder da visão, (veremos mais adiante a lenda contando o porquê Ornmila lhe deu este asé
Ojiku é um Vodun Dan que sempre é muito confundido com Iyewá, assim como Boçalabê sua irmã, Ojiku é considerado a cobra branca e Boçalabê é uma Vodun das águas doces, muito confundida com Oxun e Oya pelos Yorubanos. Em muitas pesquisas pode-se constatar a confusão e controvérsias que as pessoas fazem em relação à Iyewá e esses dois Orisas. Tendo um pormenor, Iyewá não se deixa ver pelos olhos de todos os Awos (adivinhos ou olhadores), normalmente precisa-se fazer alguns atos quando surge este dilema.
Iyewá come cabra, sagué, pato e pombo


Suas comidas são; gosta muito de OBI, epo-pupa (azeite de dendê) aluá, mel, feijão fradinho inteiro ou descascado e temperado com dendê, cebola e camarão, Pirão de Batata doce bem cozida e temperado, batata doce cozida e frita no dendê, farofa de feijão fradinho, babana da terra frita no dendê (algumas casas), e outras iguarias que variam de ase para ase.
 
Obs: Iyewá não come galinhas que é o seu principal EWÓ, inclusive suas filhas também não
podem comer.

Iyewá carrega na mão o TACARÁ que é a principal ferramenta do Vodun Bessen, Usa ADE feito de palha da costa e muito búzio, nos Yorubás ela usa Ofá dado por Odé no seu refúgio, veste-se de vermelho, usa sobre a saia uma saieta  de palha da costa tingida de bordo, suas contas são vermelho translucido e também conta rajada de vermelho e amarelo. Seus idés são confeccionados em palha da costa incrustado de búzios, e tranças de palha da costa com búzios que circundam o contorno de seus braços, representando a Dan.
Sua saudação é AHOBO BOY! HIHÓSeu culto no Brasil é reservado o dia de sábado.

CONCEITOS YORUBÁ
No conceito Yorubá Iyewá passa a ser considerada filha de Obatalá e Oduduwa, as duas metades da cabaça que compõem o Orun e o Ayê, o casal mais poderoso do Universo, todavia também tem quem afirma que é filha de Nanã, a poderosa Yaba Agba, que tal condição lhe deu a Iyewá o titulo de BIMOOYÉ, que quer dizer; nascida filha de um rei.


Enfim Iyewá, Orisá feminino, é a divindade do Rio e da Lagoa Iyewá, Orisa do Rio Iyewá que fica na antiga tribo de Egbado (atual cidade de Iyewá), no estado de Ogun na Nigéria.
 Egbado:
Situado, no Sul-Oeste da Nigéria, África, em 1995 eles mudaram o nome de Egbado para IYEWÁ.
 HISTÓRIA


Egbado alcançou uma independência frágil depois da queda do reino de OYO, mas estava sujeito  a ataques frequentes de outros grupos como o Dahomey. escravão da escravatura (que agarrou entre outros Sarah Forbes Bonetta), e várias tribos que desejaram forçar em deixar aberto as próprias rotas
escravo-comerciando e embarcando-os pelo mar. Ilaro e cidades de Ijanna tinham sido destruídas antes dos anos 1830. Por volta dos anos de 1840 os Egbado que vinha caminhando debaixo do controle de tribo de Egba adjacente que usou o território de Egbado para forjar rotas a Badagry pelo porto de Lagos. Entre os anos de 1860 o Egba abandonou a rota  de escravos porque os britânicos estavam usando a marinha ativamente para tentar abolir o comércio de escravos. Como uma consequência o Egba expediu os missionários britânicos e comerciantes da área em 1867. Depois de 1890 o Egbado pediu uma proteção britânica e adquiriu uma pequena guarnição armada, ficando assim no Egba, A área se tornou parte Colônia Britânica e protegida pela Nigéria em 1914, ficando o Egbado uma Província de Abeokuta. A sede administrativa foi transferida para fora, depois da criação do Estado de Ogun, Província de Abeokuta velha.
EGBADO/IYEWÁ
Em 1995 o Egbado escolheu em renomear para o nome de Iyewá, em homenagem ao  Rio de Iyewá que atravessa a área habitada por eles. Eles são principalmente agricultores  e há muitos artesões no processo têxtil. Eles ficam principalmente situados nas áreas de; ADO-ODO/OTA, IPOKIA. IYEWÁ SUL,
NORTE DE IYEWÁ, IMEKO-AFON, E NORTE DE ABEOKUTA. A área desenvolveu um estilo popular de música, chamada Bolojo, nos ano setenta.
O nível de população é incerto, mas pode ser ao redor dos trezentos mil.


Agora que já temos as informações necessárias sobre o Egbado e a mudança de seu nome para IYEWÁ, veremos a aceitação do Vodun Iyewá em terras Yorubanas e seus conceitos adquiridos pelo povo.
Oduduá vivia insatisfeito com a forma horrivel do Aiê. Tamanha feiúraEm Ilê-Ifé, na Nigéria, Iyewá é conhecida como Yeye Iwara, "mãe do caráter maravilhoso''. Há diversas traduções para esse nome, porem o mais usado é o "senhora da beleza”, no sentido de encanto, fascínio enfim ela é a mãe que tem poder sobre o belo,
irritava-o muito e desencadeava sua cólera. Orunmila aconselhou-o a deixar o
assunto nas mãos artísticas de Iyewá.

Não era tarefa fácil de fazer. Iyewá começou a pensar como poderia desempenhar as ordens de Oduduwa, sem muita paciência, poderosíssimo e irascível, que não gostava de ser contrariado. Foi falar com Orunmila, o qual aconselhou-a assumir a forma do Camaleão. Assim, poderia dar conta da tarefa. Dito e feito. Ela se transformou no camaleão e, como tal, aplainou ao máximo a superfície da terra,
deixando-a linda, linda e uniforme para o deleite de Oduduá, que ficou encantada e confirmou a filha no papel da senhora do mimetismo.
Iyewá é um Orisa dona das poções e do veneno, tendo o dom de proteger contra as doenças infecto-contagiosas e picadas de serpentes venenosas, tem também o poder de castigar os maus e agressores da natureza que é seu habitat, privando-os, em todo ou em parte das chamadas sensações perceptivas; se alguém não percebe o gosto da comida e o perfume das manhãs, se começa a escutar música barulhenta e sem qualidade, alto demais; se deixar de ver o verde das florestas com certeza invadiu o domínios da  senhora das percepções e incorreu em seu desagrado.


Iyewá é o Orisa da música, o produto de todos os sons existentes na natureza reunidos de forma harmônica. Os sons age na emoção causando bem estar, prazer, ou repúdio e dor. É Iyewá que possibilita que nossos ouvidos distingam e classifiquem os diferentes sons. Agindo sobre os sentidos, separa a harmonia da desordem musical, propiciando o discernimento dos sons, fazendo com que
reconheçamos os sons harmônicos e os desafinados.

Iyewá é a tradutora universal, sobre a proteção de Esu  no que possibilita o aprendizado de vários idiomas à um ser humano e o entendimento de todos eles, criando também, a persuasão pela fala que canta, pela força do discurso, pela magia da palavra pronunciada.
 
Nas matas Iyewá confunde os invasores com sons de pássaros, gargalhadas e chocalhos de cascavéis;
com o aparecimento de cobras e bichos peçonhentos; com águas em movimento e reflexos de cores avermelhadas, do coral ao amarelo, seus tons prediletos; confunde-os tambem com o odor das coisas, cria o cheiro de fumaça que não existe, de alimentos imaginários, de essências raras  que se transformam em fétidas e repulsivas.
Iyewá domina as ações secretas em todos os níveis, da camuflagem à metamorfose, pode tomar a cor que quiser, propriedade de alguns animais como o camaleão, aliado das senhoras dos sentidos e também é o seu EWO em seu culto. Por isso o principal pedido que se faça a Iyewá quando se encontramos em dificuldades é que possamos ser invisíveis para os nossos inimigos. No conceito dos Yorubas ora é
considerada irmã de Yansâ, ora esposa de Osumare, mais o seu nome sempre significa beleza e graça

VERGER- conta que na Nigéria, Abimbola publicou em itan Ifá contando que Iyewá se encontrava na beira do rio com uma gamela cheia de roupa para lavar e de repente avistou de longe um homem que vinha correndo em sua direção. Era Orunmila que vinha fugindo de Iku (a morte). Pedindo seu auxilio. Iyewá despejou toda a roupa que estava na gamela no chão e emborcou-a em cima de Orunmila e sentou-se em cima da gamela. Daí a  pouco chega Iku perguntando se não viu passar por ali um homem e dava a descrição de Orunmila. Iyewá respondeu que viu, mas que ele havia descido rio abaixo e Iku seguiu o seu caminho no encalço de pega-lo.
Ao desaparecer, Orunmila saiu debaixo da gamela e levou Iyewá para casa, a fim de torná-la sua mulher (também existe outra versão desta lenda)
 
Dentro dos conceitos que acabamos de ver Iyewá é uma divindade de maiores requisitos para
ser cultuada, tanto nos conceitos de sua nação de origem como nos Yorubás.

Awofa Ifakemi Miguel

Ser Sacerdote



Ser SACERDOTE é acima de tudo, não esperar recompensas.
Mas ficar feliz, caso e quando cheguem.
É saber fazer o necessário por cima e por dentro da incompreensão.
É aprender a tolerância com os demais e exercitar a dura intolerância (mas compreensão) com os próprios erros.

Ser SACERDOTE é aprender errando, a hora de falar e de calar.
É contentar-se em ser reserva, coadjuvante, deixado para depois.
Mas jamais falar no momento preciso.
É ter a coragem de ir adiante, tanto para a vida quanto para a morte.
É viver as fraquezas que depois corrigirá no filho, fazendo-se forte em nome dele e de tudo o que terá de viver para compreender e enfrentar.

Ser SACERDOTE é aprender a ser contestado mesmo quando no auge da lucidez.
É esperar.
É SABER QUE EXPERIÊNCIA SÓ ADIANTA PARA QUEM A TEM, E SÓ SE TEM VIVENDO.
Portanto, é agüentar a dor de ver os filhos passarem pelos sofrimentos necessários, buscando protegê-los sem que percebam, para que consigam descobrir os próprios caminhos.

Ser SACERDOTE é saber e calar.
Fazer e guardar.
Dizer e não insistir.
Falar e dizer.
Dosar e controlar-se.
Dirigir sem demonstrar.
É ver dor, sofrimento, vício, queda e tocaia, jamais transferindo aos filhos o que, na alma, lhe corrói.

Ser SACERDOTE é ser bom sem ser FRACO.
É jamais transferir aos filhos a quota de sua imperfeição, o seu lado fraco, desvalido e órfão.

Ser SACERDOTE é aprender a ser ultrapassado, mesmo lutando para se renovar.
É compreender sem demonstrar, e esperar o tempo de colher, ainda que não seja em vida.

Ser SACERDOTE é aprender a sufocar a necessidade de afago e compreensão.
Mas ir às lágrimas quando chegam.

Ser SACERDOTE é saber ir-se apagando à medida em que mais nítido se faz na personalidade do filho, sempre como influência, jamais como imposição.
É saber ser herói na infância, exemplo na juventude e amizade na idade adulta do filho.
É saber brincar e zangar-se.
É formar sem modelar, ajudar sem cobrar, ensinar sem o demonstrar, sofrer sem contagiar, amar sem receber.

Ser SACERDOTE é saber receber raiva, incompreensão, antagonismo, atraso mental, inveja, projeção de sentimentos negativos, ódios passageiros, revolta, desilusão e a tudo responder com capacidade de prosseguir sem ofender; de insistir sem mediação, certeza, porto, balanço, arrimo, ponte, mão que abre a gaiola, amor que não prende, fundamento, enigma, pacificação.

Ser SACERDOTE é atingir o máximo de angústia no máximo de silêncio.
O máximo de convivência no máximo de solidão.
É, enfim, colher a vitória exatamente quando percebe que o filho a quem ajudou a crescer já, dele, não necessita para viver.
É quem se anula na obra que realizou e sorri, sereno, por tudo haver feito para deixar de ser importante.
ISSO É SER SACERDOTE !!!


Um grande amigo,um grande irmão

Reza


PARA REZAR SEMPRE QUE PUDER E DESEJAR:

ADURÁ GBOGBO ORISÁ ASÉ

ASE, ASE O, ASE FUN O
ASE ESU LAROYE YOO BA O GBE LAYE
ASE, ASE O, ASE FUN O
ASE OGUN ALAKAIYE YOO BA O GBE LAYE
ASE, ASE O, ASE FUN O
ASE OSOOSI YOO BA O GBE LAYE
ASE, ASE O, ASE FUN O
ASE OSONIYN A YOO BA O GBE LAYE
ASE, ASE O, ASE FUN O
ASE OLOGUNEDE YOO BA O GBE LAYE
ASE, ASE O, ASE FUN O
ASE OBALUWAYE YOO BA O GBE LAYE
ASE, ASE O, ASE FUN O
ASE OMOLU YOO BA O GBE LAYE
ASE, ASE O, ASE FUN O
ASE OSUMARE YOO BA O GBE LAYE
ASE, ASE O, ASE FUN O
ASE SONGO YOO BA O GBE LAYE
ASE, ASE O, ASE FUN O
ASE OYA YOO BA O GBE LAYE
ASE, ASE O, ASE FUN O
ASE OBA YOO BA O GBE LAYE
ASE, ASE O, ASE FUN O
ASE YEWA YOO BA O GBE LAYE
ASE, ASE O, ASE FUN O
ASE OSUN YOO BA O GBE LAYE
ASE, ASE O, ASE FUN O
ASE YEMOJA YOO BA O GBE LAYE
ASE, ASE O, ASE FUN O
ASE NANÁ YOO BA O GBE LAYE
ASE, ASE O, ASE FUN O
ASE OBATALA OBATARISA YOO BA O GBE LAYE
ASE, ASE O, ASE FUN O
ASE IFÁ YOO BA O GBE LAYE
ASE, ASE O, ASE FUN O
ASE ORÍ YOO BA O GBE LAYE
ASE, ASE O, ASE FUN O
ASE OKANLENIGBA IMALE YOO BA O GBE LAYE
ASE, ASE O, ASE FUN O

TRADUÇÃO
Assim será, assim será, assim será pra você.
O asé de Esú vai acompanhar você por toda a vida.
Assim será, assim será, assim será pra você.
O asé de Ogum vai acompanhar você por toda a vida.
Assim será, assim será, assim será pra você.
O asé de Osoosi vai acompanhar você por toda a vida.
Assim será, assim será, assim será pra você.
O asé de Ossanhe vai acompanhar você por toda a vida.
Assim será, assim será, assim será pra você.
O asé de Logun-edé vai acompanhar você por toda a vida.
Assim será, assim será, assim será pra você.
O asé de Obaluae vai acompanhar você por toda a vida.
Assim será, assim será, assim será pra você.
O asé de Omolú vai acompanhar você por toda a vida.
Assim será, assim será, assim será pra você.
O axé de Osumaré vai acompanhar você por toda a vida.
Assim será, assim será, assim será pra você.
O asé de Sangô vai acompanhar você por toda a vida.
Assim será, assim será, assim será pra você.
O asé de Oiá vai acompanhar você por toda a vida.
Assim será, assim será, assim será pra você.
O asé de Obá vai acompanhar você por toda a vida.
Assim será, assim será, assim será pra você.
O axé de Ewá vai acompanhar você por toda a vida.
Assim será, assim será, assim será pra você.
O axé de Oxum vai acompanhar você por toda a vida.
Assim será, assim será, assim será pra você.
O asé de Iemanja vai acompanhar você por toda a vida.
Assim será, assim será, assim será pra você.
O asé de Nanã vai acompanhar você por toda a vida.
Assim será, assim será, assim será pra você.
O asé de Osalá vai acompanhar você por toda a vida.
Assim será, assim será, assim será pra você.
O asé de Ifá vai acompanhar você por toda a vida.
Assim será, assim será, assim será pra você.
O asé de Orí vai acompanhar você por toda a vida.
Assim será, assim será, assim será pra você.
O asé das duzentas e uma divindades vai acompanhar você por toda a vida. Assim será, assim será, assim será pra você.

Um grande amigo e grande irmão.

sábado, 7 de janeiro de 2012

OS MÚLTIPLOS NOMES E FUNÇÕES DE ESU

Um mito relata como, em função de seu poder, Esu se descontrola, e começa a devorar toda a preexistência, sendo então obrigado por Orunmila, após uma longa perseguição, a vomitar tudo de volta.
Tendo sido cortado em milhares de pedaços, transforma-se no + 1, ou em 1 multiplicado pelo infinito. Neste caso, ele é Esu Okoto, o Caracol agulha, cuja estrutura óssea espiralada parte de um ponto único, abrindo-se para o infinito, e nos dá a idéia do crescimento, da evolução e da multiplicação, tendo-se tornado o símbolo da restituição e da recomposição, tornando-se Oba Baba Esu, Esu agbo, o Rei e o Pai de todos os Esu, gerados por seus pedaços.

Durante muitos anos conviveu-se com uma pretensa superioridade cultural, racial, religiosa na África e na região dos Yoruba que provocou guerras étnicas, fato que repercute ainda nos dias de hoje.
A suposta ação evangelizadora desarticulou sofisticadas estruturas religiosas, imprimindo aspectos negativos e demoníacos à imagem de Esu que, ainda hoje, habitam o universo religioso e pratico dos mais renomados
Baba/Iya.

A perda dos valores primais africanos foi causada, sobretudo, pela escravidão, e posteriormente pela miscigenação com as seitas espíritas cristãs, permitindo assim que os mais sérios seguidores do Orisa ressaltem os aspectos negativos dos demônios, referindo-se a Esu como:
Exu Lucifer, Exu Tranca Rua das Almas, Exu sete poeiras do inferno, Exu Rei das sete encruzilhadas, ou mudam seu sexo, Exu Pomba Gira ou Exu Maria Padilha.
Os nomes e atributos deste importante Orisa do panteão Yoruba não permitem interpretações errôneas como as perpetuadas pela inércia e ignorância de pseudos experts em cultura Yoruba.



Nomes
Atributos

ESU YANGI
O primeiro da criação, a laterita vermelha
ESU AGBA
Aquele que é o ancestral
ESU IGBA KETA
O dono da cabaça, o Igba Odu
ESU OKOTO
O dono da evolução, o caracol.
ESU OBASIN
O pai de todos os Esu
ESU ODARA
O Esu da felicidade
ESU OJISE EBO
O Esu que leva as mensagens ao Orisa
ESU ELERU
O Esu que leva o carrego dos iniciados
ESU ENUGBARIJO
O Esu que trás a prosperidade
ESU ELEGBARA
O Esu que detém o poder da transmutação
ESU BARA
O Esu dono do movimento do corpo humano
ESU OLONAN
O dono de todos os caminhos
ESU OLOBÉ
O dono da faca ritual
ESU ELEBÓ
O Esu que recebe as oferendas
ESU ODUSO
O Esu que vigia os oráculos
ESU ELEPO
O Esu do azeite de dendê
ESU INA
O Esu do fogo (saudado no Ipade)

Poderia-se fazer uma lista imensa dos nomes de Esu ancestrais cultuados no Brasil e África, mas esse exercício é desnecessário no momento.
O mais importante é destacar as funções desses Esu ancestrais nos rituais:
Esu Yangi:
É o princípio de tudo, a própria memória de Olodunmarê, seu criador.
Esu Agba ou Esu Agbo:
É o nome que mostra sua ancianidade; ele é o mais velho e, por conseqüência, o pai que é retratado no mito em que Orunmila o persegue através dos nove Orun.
Esu igba keta
É o terceiro aspecto mais importante de Esu que está ligado ao número três, a terceira cabaça onde ele é representado pela figura de barro junto aos elementos da criação.

Esu ikorita meta:
É ligado ao encontro dos caminhos ou a encruzilhada; o encontro de três ruas ( Y ).
Esu Okoto:
É o representado pelo caracol agulha, mostra a evolução de tudo que existe sobre a terra,
E está ligado ao Orisa Aje Saluga, o antigo Orisa da riqueza dos Yoruba.
Esu Obasin:
É por este nome é conhecido e cultuado em Ile Ifé.
Esu Odara:
É o que, se satisfeito através do sacrificio, traz a felicidade ao sacrificante.
Esu Ojisé ébó:
É ele que observa todos os sacrifícios rituais e recomenda sua aceitação, levando as súplicas a Olodunmarê.
Esu Eleru:
É o que leva os carregos dos iniciados (Erupin)
Esu Enugbarijo:
É o que devolve a todos o sacrifício em forma de benefícios.
Esu Elegbara:
É o todo poderoso que transforma o mal em bem, cujo poder reside na transformação das coisas.
Esu Bara:
É um dos mais importantes aspectos de Esu, pois ele é o Esu do movimento do corpo humano, infundido no corpo pré-humano, ainda no Orun por Obatala, sendo "assentado" no momento da iniciação, junto com o Ori e o Orisa individual.

Esu Lonã:
É o senhor de todos os caminhos do mundo.
Esu Olobé:
É dono do obé (faca), tem que reverenciado ao começar todos os sacrifícios, onde a faca é necessária.
Esu Élébó:
É o carregador de todos os Ébo.
Esu Odusô ou Olodu:
É ele que tem seu rosto retratado no Opon Ifa, e vigia o Babalawo para que este não minta; é o que vigia os oráculos (Opélé-Ikin-Erindilogun)
Esu Elepo:
É ele que recebe o sacrifício do azeite de dendê.
Esu Inã:
É um dos aspectos mais importantes deste Esu primordial, é presidir o Ipade, sendo o dono do fogo. É a Esu Inã que os Babalorisa/Iyalorisa se dirigem no começo do Ipade, uma das mais importantes cerimônias do ritual afro-descendente religioso:
E Inã mojuba
Inã Inã Mojuba Aiye

Inã mojuba
Inã Inã Mojuba Aiye...etc.

Outra forma de se dirigir a Esu, e que causa certa confusão, é quando seus acólitos a ele se dirige por seus EPITETOS que , por serem mais comuns, transformaram-se erroneamente em nomes: Exemplo;

Esu Tiriri
Esu Akesan
Esu Lode
Esu Barabo
Esu Alaketu
Esu Ijelu
Esu Bara lajiki
Esu Marabo...etc.

Yangi

ESU A PEDRA PRIMORDIAL DA TEOLOGIA YORUBA

ESU OTA ORISA
Esu a pedra fundamental do Orisa

ESU OFI OKUTA DIPO IO
Esu transforma o sal em pedra

1. "O PRINCIPIO ERA A PEDRA"

Em todos os momentos da vida dos afro-descendentes que cultuam Orisa, a terra é o elemento mais importante a ser reverenciado e, em conseqüência disso , a pedra, o fruto da condensação da terra, a desagregação particulada e formadora do microcosmo Yoruba. Essa singularidade pode ser vista na gênese

Yoruba, amplamente documentada, por diversos autores. Olodunmarê após um tempo imemorial de inércia resolve criar o mundo, e sua primeira criação é a pedra primordial chamada por ELE de ESU YANGI e, posteriormente, de Esu Obasin, cultuado até os dias de hoje em Ile Ifé.
Pode-se dizer que sem pedra "Ota" não há Orisa.


KOSI OKUTA
 Sem pedra
KOSI ORISA
 Sem Orisa
KOSI ESU
 Sem Esu
KOSI ORISA
 Sem Orisa

Todo Orisa tem que, obrigatoriamente, ser assentado em uma pedra ou em algum material que dela tenha vindo; exemplo: o ferro em que se assenta Ogun é a transmutação da pedra, transformada em ferro por intermédio do fogo. Dessa forma pode-se dizer que Ogun é assentado na pedra.

Outro aspecto interessante é que o corpo humano é composto de vários elementos, e entre eles um dos mais importantes é o barro modelado por Ajala, onde, posteriormente, é inserido por Obatala, o Bara, o ESU do movimento.
Outro aspecto de grande importância relacionado à terra é o Ikomojade (imposição de nome ou batismo). Nele o pai pega a criança e coloca o pé dela sobre a terra fofa, especialmente preparada para o momento, recitando o seguinte verso de Ifa:



Yoruba

Ilé
A o gbe omo, ao fi ese omo naa te ile,
A o wa wure bayi pe,
Ile ree o,
Ile ogere,
Ile ni a nte ki a to te omi,
A ki nbinu ile ki a maa te,
Bi o ba nrin nile ki omo araye ma binu re,
A ki nbale sowo ki a padanu,
Gbogbo ohun ti o ba dawole lori,
Ile aye yi,
ko ni padanu.



Terra

Os pais pegam a criança e colocam o pé dela sobre a terra, iniciando a recitação. Eles chamam o nome da criança e falam:
1. (Nome da criança) Aqui está a terra,
2. A terra que está espalhada pelo universo,
3. É nela que se pisa primeiramente,
4. Antes de se pisar na água.
5. Ninguém que tenha ódio da terra,
6. Priva-se de pisar nela.
7. Quando você anda sobre a terra,
8. Os seres humanos não terão ódio de ti.
9. Todos que fazem negócios com a terra lucram com ela,
10. Tudo que você se propor a fazer na sua vida,
11. Não será em vão, você lucrara na vida.



Portanto, é muito claro que Esu foi criado por OLODUNMARÊ, da matéria primordial e divina da qual, posteriormente, ELE fez todos os Orisa. A mesma matéria que daria forma à toda existência divina, assim como toda a humanidade que, um dia, Ikú "a Morte" devolverá à esta lama primordial.

Assim, Yangi é o primeiro ser criado da existência e passa a ser o símbolo primal dos elementos criados.
Yangi é conhecido como "Esu Agba”, o Ancestral primordial, e seus assentamentos mais antigos e tradicionais eram simples pedras de laterita vermelha, colocadas no chão, onde eram feitas suas oferendas e sacrifícios.
Em alguns lugares, como a Orita Meta ou a Encruzilhada de Três caminhos, a laterita vermelha está cercada por 7, 14 ou 21 pedaços de ferro enferrujados


Na cidade de Ile Ife, pode-se ver o assentamento de Esu Yangi como o descrito acima.
Para se chegar a casa de OBATALA, entra-se em uma rua que vai exatamente até a entrada, e acerca de 10 metros antes da entrada, a rua principal abre-se em duas outras ruas laterais, formando um (Y) . No meio do vértice do (Y) está a casa de OBATALA, e na ponta do vértice o assentamento de Yangi, uma montículo de cimento armado com uma laterita fincada no alto. **

Yangi é por excelência o símbolo da existência diferenciada e, em conseqüência disso, o elemento dinâmico que leva à propulsão, à mobilização, à transformação e ao crescimento.
Ele é o principio dinâmico de tudo que existe e do que virá existir

DIFERENTES TIPOS DE NOZES DE COLA

1. Obì = Noz de cola Acuminata. Obì e água (obì omi tùtu) são oferendas primordiais nos cultos afro-descendentes.

2. Obì àbátá ifin = Obi 4 partes branco - Oferenda exclusiva de Obatalá.

3. Obì abatá pupa – Obi vermelho. Serve de oferenda para qualquer ebora que não seja fun-fun, inclusive para Orí e Egun.

4. Obì edun = obì àáyá – (Cola Caricofolia– Sterculiáceae) – Cola de macaco Possui o fruto vermelho e brilhante. É comestível. - Desconhecido o uso ritualístico.

5. Obì àbàtà = obì gidi – (Cola Acuminata – Sterculiáceae) – Este é um tipo de nóz de cola vermelha que pode possuir de quatro a seis cotilenóides (awé). Típico para oferenda para qualquer Ebora.

6. Àjoòpa = é uma nóz de kola doce e vermelha, grande e de qualidade superior.

7. Obì ifin = O mesmo àjoòpa, só que de cor branca. - Oferendado a Obatalá - Muitas vezes é dado como um presente ou como parte de um presente a uma pessoa importante.

8. Gbánjà = górò = awé méji. – (Cola Nitida – Sterculiáceae) – É vermelho e possui apenas dois segmentos como indica um de seus nomes (awé méji). Contém muita cafeína e por este motivo, se comido à noite, provoca insônia. A cafeína age como estimulante e excitante muscular. Combate a depressão e a hipertensão e sua ação rápida é também de curto efeito. Não SO NASCIMENTO DE OBI



Obi é um elemento muito importante no culto de Orisa. A noz de cola, Obi, é o símbolo da oração no céu.
É um alimento básico, e toda vez que é oferecido seu consumo é sempre precedido por preces.
Foi Orunmila quem revelou como a noz de cola foi criada.
Quando Olodunmare descobriu que as divindades estavam lutando umas contra as outras, antes de ficar claro que Esu era o responsável por isso, Ele decidiu convidar as quatro mais moderadas divindades (Paz, a Prosperidade, a Concórdia e Aiye, a única divindade feminina presente ), para entrarem em acordo sobre a situação....

Eles deliberaram longamente sobre o motivo de os mais jovens não mais respeitarem os mais velhos, como ordenado pelo Deus Supremo.
Todos começaram então a rezar pelo retorno da unanimidade e equilíbrio. Enquanto estavam rezando pela restauração da harmonia, Olodunmare abriu e fechou sua mão direita apanhando o ar.
Em seguida abriu e fechou sua mão esquerda, de novo apanhando o ar.

Pós isso, Ele foi para fora, mantendo Suas mãos fechadas e plantou o conteúdo das duas mãos no chão.
Suas mãos haviam apanhado no ar as orações e Ele as plantou. No dia seguinte, uma árvore havia crescido no lugar onde Deus havia plantado as orações que Ele apanhara no ar.
Ela rapidamente cresceu, floresceu e deu frutos.
Quando as frutas amadureceram para colheita, começaram a cair no solo.


Aiye pegou-as e as levou para Olodunmare, e Ele disse a ela para que fosse e preparasse as frutas do jeito que mais lhe agradasse.
Primeiro, ela tostou as frutas, e elas mudaram sua textura, o que as deixou com gosto ruim.
No outro dia, Ela pegou mais frutas e as cozinhou, e elas mudaram de cor e não podiam ser comidas. Enquanto isso, outros foram fazendo tentativas, no entanto todas foram mal sucedidas.
Foram então até Olodunmare para dizer que a missão de descobrir como preparar as nozes era impossível.

Quando ninguém sabia o que fazer, Elenini, a divindade do Obstáculo, se apresentou como voluntária para guardar as frutas.
Todas as frutas colhidas foram então dadas a ela.
Elenini então partiu a cápsula, limpou e lavou as nozes e as guardou com as folhas para que ficassem frescas por catorze dias.


Após isso, ela levou as frutas para Olodunmare e disse a todos que o produto das preces, Obi, podia ser ingerido cru sem nenhum perigo.
Deus então decretou que, já que tinha sido Elenini, a mais velha divindade em sua casa quem conseguiu decodificar o segredo do produto das orações, as nozes deveriam ser dali por diante, não somente um alimento do céu, mas também, onde fossem apresentadas, deveriam ser sempre oferecidas primeiro ao mais velho sentado no meio do grupo, e seu consumo deveria ser sempre precedido por preces.

Olodunmare também proclamou que, como um símbolo da prece, a árvore somente cresceria em lugares onde as pessoas respeitassem os mais velhos.
Naquela reunião do Conselho Divino, a primeira noz de cola foi partida pelo Próprio Olodunmare e tinha duas peças.

Ele pegou uma e deu a outra para Elenini, a mais antiga divindade presente.
A próxima noz de cola tinha três peças, as quais representavam as três divindades masculinas que disseram as orações que fizeram nascer a árvore da noz de cola.
A próxima tinha quatro peças e incluía assim Aiye, a única mulher que estava presente na cerimônia.
A próxima tinha cinco peças e incluiu Orisa-Nla.
A próxima tinha seis peças representando a harmonia, o desejo das orações divinas.
A noz de cola com seis peças foi então dividida e distribuída entre todos no Conselho.
Aiye então levou a noz de cola para a Terra, onde sua presença é marcada por preces e onde ela só germina e floresce em comunidades humanas onde existe respeito pelos mais velhos, pelos ancestrais e onde a tradição é glorificada. erve de oferenda Orisá.

Obi

OBI ABATA - TERMINOLOGIA diáspora a palavra “obi” pode significar muitas coisas diferentes para muitas pessoas diferentes.
Para eliminar um pouco de confusão enquanto lê este material é importante fazer algumas notas relativas ao vocabulário, especialmente os vários significados da palavra “obi”.

A NOZ DE COLA
0BÌ FRUTO DE UMA PALMEIRA AFRICANA (COLA ACUMINATA, SCHOTT. & ENDL. – STER-CULIACEAE) ACLIMATADA NO BRASIL. INDISPENSÁVEL NO CULTO DOS ORISÁ, ONDE SERVE DE OFERENDA PARA OS ÒRÌSÀ E É USADO NAS PRÁTICAS DIVINATÓRIAS SIMPLES, SEPARADO PELAS MÃOS EM PEDAÇOS.
O BROTO DO OBÌ: TIRA-SE PARA IMOBILIZAR A GERMINAÇÃO. PARA UM OBÌ GERMINAR É PRECISO DE TODAS AS SUAS PARTES. SE ISTO É OBSTRUÍDO, É NECESSÁRIO NÃO DEIXAR OS GOMOS EM INCUBAÇÃO. UM GOMO ESTÁ SEPARADO DO CONJUNTO. SERIA MAIS OU MENOS UM PADECIMENTO. POR ISTO QUE DIZEMOS IPA OBÌ, MATAR O OBÌ.

A palavra “obi”, se refere à noz de cola fresca nativo da África, especificamente o OBI ABATA. Varia de branco, a escuridão vermelho, em cor.



É DITO QUE O OBI VEIO A AIYE (TERRA) COM DUAS IRMÃS – OBI ABATA E OBI GBANJA. OBI ABATA, O TIPO DE OBI USADO EM ADIVINHAÇÃO, É COMPOSTO DE TRÊS A SEIS LÓBULOS QUE SÃO DIVIDOS (ABERTOS), com as mãos, NUNCA COM FACA, E USADOS COMO ORÁCULO EM OFERECIMENTOS PARA OS ANTEPASSADOS E ORISA. O OBI ABATA É UM INGREDIENTE PRINCIPAL NA MAIORIA DOS RITUAIS DE IFA'ORISA SAGRADOS E CELEBRAÇÕES.

Embora possam ser usadas outras configurações do Obi de vários modos, são os quatro lóbulos de Obi, também conhecido como Iya Obi (A Mãe Obi)

OBI GBANJA É A NOZ DE COLA QUE SÓ POSSUI DOIS LÓBULOS. OBI GBANJA NÃO É USADO EM OBI ADIVINHAÇÃO, EMBORA É CONSUMIDO POR PESSOAS POR RAZÕES SECULARES, PRINCIPALMENTE DEVIDO A SEU ALTO CONCENTRAÇÃO DE CAFEÍNA E USADO COMO UM ESTIMULANTE. A PESSOA DEVERIA NOTAR QUE É FREQÜENTEMENTE O OBI GBANJA QUE É ACHADO EM LOJAS.
A PESSOA DEVERIA TER CUIDADO PARA VERIFICAR SE ESTÁ COMPRANDO OBI ABATA E NÃO OBI GBANJA QUANDO SELECIONANDO PARA RITUAL OU PROPÓSITOS DIVINATÓRIOS.

A noz de Kola, na Botânica conhecida como Kola Acuminata (Cola), tão comum nas bancas de rua da Nigéria, Ghana, Togo, Benin, Marfim, Angola e demais países africanos.
Os africanos costumam comer pelo menos uma vez ao dia um desses frutos, independente dos usos que dão ao mesmo em seus rituais. Na África, é costume receber as visitas ilustres com uma bandeja contendo alguns desses frutos e um cálice de bebida, podendo ser de vinho de palma (emu), cerveja ou Gin.
Tal ato significa que o visitante é bem-vindo e desfruta de confiança e amizade do dono da casa. A Noz de Kola, ou Obí, tem propriedades indescritíveis, a que se refere ao sistema neuro-vegetativo, estimulando os neurônios, meninges, sendo ainda um poderoso energético para as debilidades físicas e mentais, e tônico do coração diminui as perdas orgânicas, tais como uréia, atuando sobre o sistema nervoso central com poderes superiores ao da Tiamina (vitamina B-1).

É incrível de como o Obí tem uma ação direta junto ao cérebro e coração.
Poderosa combatente das anemias. Afecções crônicas de forma debilitante e é restaurador energético nas dispepsias atônitas. Revitalizador do estado físico em geral elimina o "stress", neurastenia, insônia e perda de memória. Este pequeno fruto de cor avermelhada escura, que mais se assemelha a um pequeno caroço de abacate, é usado também na forma de refresco, chá ou simplesmente mastigado e ingerido.
Há mais de 7.000 anos é usado pelos africanos, e, recentemente, os brasileiros descobriram sua importância. E só no inicio do século passado, que os laboratórios descobriram as propriedades neurolinfáticas desse fruto, propiciando às companhias internacionais de refrigerantes o fabuloso sucesso do sabor cola (kola)

Os africanos há mais de 7 milênios descobriram as propriedades neurocerebrais tônicas da noz de Kola, tornando um habito sua ingestão E ainda existem pessoas que dizem que as religiões africanas são primitivas.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Osun no Brasil


Estabelecido em definitivo o culto no Brasil, outras manifestações de OSUN podem ser verificadas nos tradicionais terreiros ou roças de candomblé.
Enquanto na África, as diferentes manifestações são consideradas como caminhos percorridos por OSUN como uma única entidade, no Brasil considera-se cada "qualidade" como sendo um orisá diferente e assim, OSUN deixa de ser uma só e diferentes OSUNS, componentes de uma grande família serão cultuadas de acordo com cada diferente qualidade. Desta forma, OSUN IJIMÚ, considerada a rainha de todas as Osuns está ligada ao aspecto de YAMÍ AJÉ, ostentando, por isto, o título de Yalode.

OSUN AYALÁ teria sido mulher de Ogun com quem trabalhava na forja, acionando o fole para atiçar as brasas. Conta a lenda que o fole acionado por OSUN AYALÁ produzia um som ritmado e muito agradável. Atraído por este som, Egun pôs-se a dançar diante da ferramentaria, atraindo um grande número de assistentes que por ali passavam. Encantados com o bailado de Egun os passantes lhe fizeram muitas oferendas de dinheiro, o que o deixou feliz e vaidoso. Ao saber que Egun estava ganhando dinheiro com sua apresentação, OSUN exigiu que metade da renda obtida fosse dividida com ela, caso contrário, não acionaria mais o fole que produzia o ritmo sem o qual Egun não poderia mais dançar. Sem alternativas, Egun teve que aceitar a exigência da Yagbá passando, a partir de então, a dividir com ela tudo o que ganhava em suas apresentações. Esta OSUN além de sua ligação com Ogun Alagbede tem sérios fundamentos com Egun.

OSUN ABALÚ, também conhecida como OSUN ABOTÔ é considerada como sendo a mais velha de todas. É muito ciumenta e adora receber hortênsias como oferenda. Sua ligação com OMOLÚ, o orisá da peste, tido como o médico dos pobres, é notável e segundo dizem, acompanha este orisá em suas andanças pelos quatro cantos do mundo.

OSUN IPETÚ é a guardiã dos segredos insondáveis. Sobre esta OSUN pouco se sabe e nada se fala. A simples pronúncia de seu nome é revestida de muito respeito e considerada quase como um tabu.

OSUN POPOLOKUN, também revestida de uma enorme aura de mistério, é cultuada em lagoas de águas profundas, onde estabelece a sua residência. Conta a lenda que esta Osun costuma aprisionar em seu reino aqueles que se aventuram a mergulhar em suas águas.

OSUN OPÀRÀ é a poderosa guerreira que acompanha Ogun em suas campanhas, porta um sabre que manipula com força e destreza. Esta OSUN tem fundamento com YEMOJÁ, de quem é filha e com quem costuma comer. Da mesma forma que Opàrà, OSUN IPONDÁ é guerreira e dona de caráter irascível. Esta OSUN costuma formar, junto com Oyá, uma dupla de combatentes invencíveis. Existe assim uma OSUN denominada Yéyé Oloko, que habita nos mananciais d’água existentes no interior das florestas mantendo ligações fundamentais com Oxóssi e Ossain. Como vimos, OSUN representa a feminilidade em todos os seus diferentes aspectos. Seu charme e inteligência proporcionaram-lhe a possibilidade de ter sido, por escolha própria, esposa de inúmeros Orixás, com exceção de Obàtàlá, de quem seria a filha dileta e de Esu, com quem sempre manteve uma relação de amizade fraternal e cumplicidade. Como esposa de Orunmilá - Senhor e Patrono do Oráculo de Ifá – Osun recebe o título de primeira Apetebí, dado até hoje às sacerdotisas do culto de Orunmilá e às esposas de seus sacerdotes, os Bàbálawos. 
Uma lenda narra de que forma Osun, com o auxílio de Esu, roubou o segredo dos 16 signos do Sistema Oracular de Ifá, os 16 Odu-Meji, criando com isto um novo sistema divinatório, o jogo de búzios, MERINDILOGUN, proporcionando condições para que as mulheres pudessem proceder à adivinhação, o que anteriormente era exclusividade dos homens. Dentre as figuras do oráculo, destacamos o Odú Ose Meji, através do qual Osun se comunica com os seres humanos.
Uma outra lenda, ressaltando a astúcia de Osun, narra que Sangô o poderoso Orisá do trovão possuía três esposas, Oyá, Obá e Osun, sendo que a última era a sua favorita. Ansiosa por receber maiores atenções do marido, Obá pediu que Osun lhe ensinasse o feitiço que havia feito para conquistar o coração de Sangô. 

Ardilosa e maldosamente a bela senhora orientou a concorrente para que cortasse uma de suas orelhas e que a servisse depois de cozida, como alimento ao marido. Obá, acreditando na sinceridade de Osun, não hesitou em decepar a própria orelha e com ela preparar um belo prato, de acordo com o gosto de Sangô. Ao deparar-se com o alimento que a mulher lhe servia, Sangô, indignado, expulsou Obá do palácio real, terminado assim, com qualquer possibilidade de um dia vir a ser a sua favorita. A partir de então, Obá e Osun tornaram-se inimigas irreconciliáveis, Em outra ocasião, Osun apaixona-se por Oxóssi que vinha diariamente banhar-se nas águas do rio, no local exato em que ela morava. De todas as formas, tentava atrair o caçador para dentro do rio onde pretendia entregar-se a ele. Oxóssi, que não sabia nadar, embora atraído pela beleza de Osun, não ousava arriscar-se na correnteza e, desta forma, o ato de amor não se consumava. Enlouquecida pela paixão, Osun arquitetou um plano e fez com que Oxóssi comesse uma iguaria preparada à base de mel de abelhas. Esu foi encarregado de entregar à Oxóssi o doce feito por Osun e, desta forma, após comer a deliciosa torta, Oxóssi, enfeitiçado, perdeu o sentido de perigo e, atirando-se às águas, deixou-se levar pelos encantos da bela senhora. Satisfeita em seu desejo, Osun simplesmente abandonou o amante ao sabor da corrente e Oxóssi, sem saber nadar, sucumbiu, tragado que foi pelas águas do rio. 
Desta união, nasceu Logunedé, Orixá menino, que possui características do pai, atuando como caçador e vivendo dentro das matas durante certo período e, noutro período, assumindo as características de sua mãe, vive da pesca e reside nas águas do rio. O culto à Osun se destaca por características próprias e é na cadência do ritmo Ijexá que ela se apresenta, espargindo o perfume da água-de-cheiro, dançando de forma sensual e maliciosa, envolvendo a todos na magia do bailado onde exalta todos os seus aspectos de deusa-mulher e contagiando de tal forma os presentes que, repentinamente, todos agitam os próprios corpos ao som irresistível dos atabaques, gans, agogôs e afoxés, como crianças embaladas pela magia dos cânticos da Grande Mãe. Esta é Osun, a Deusa do Amor, a Senhora do Ouro e do Mel, a Rainha das Águas Doces, dos Rios e das Cachoeiras. Esta é Osun, a Vênus Negra, nossa Mãe Transcendental, a quem saudamos efusiva e respeitosamente:
Ore Yeye ô

Osun


Osun teria nascido de uma concha depositada por sua mãe Yemojá, nas margens de um grande rio ao qual empresta o seu nome, rio Osun, em yorubá "Odó Osun". É nos locais mais profundos deste rio, entre as localidades de Iguedé onde nasce e Leké, onde desemboca numa lagoa, que Osun é originalmente cultuada, tendo o seu templo principal edificado nesta região, na aldeia de Osogbo, palavra do dialeto Yorubá que significa: "Osun Atingiu A Maturidade". No percurso do rio, que corresponde à trajetória do próprio orisá, Osun assume diferentes características, todas ligadas à maneira de ser das mulheres, de seu caráter e atitudes, de suas qualidades e defeitos. Assim, o africano se refere à diferentes "caminhos" deste orisá, que serão descritos de forma particular, sempre comparados a situações específicas do procedimento feminino. Temos então:

OSUN KAYODE - representada pela dança de Osun, repleta de movimentos que denotam a sensualidade revelada na maneira de andar, de se movimentar e de proceder das mulheres.

YEYE KARE - representa o culto à beleza e à vaidade feminina, é descrita como "o espírito que se reflete no espelho", motivo pelo qual Osun está permanentemente se admirando na superfície de um espelho, do qual não se separa nunca. O gosto pela riqueza, pela opulência e pelo uso de jóias e adornos se revela no caminho de Osun Bumi, onde a Yagbá cobre-se de pulseiras, brincos e colares de ouro, metal que lhe pertence por direito e ao qual está ligada de todas as formas.

OSUN SEKESE - representa a aparente fragilidade feminina, artifício usado para obter a proteção dos representantes do sexo masculino.

OSUN IBUKOLA - é a sedutora irresistível e representa o poder de sedução feminino. O espírito maternal é representado por três diferentes caminhos, onde Osun Fumike proporciona a possibilidade de gerar filhos, Osun Osogbo assiste a mulher na hora do parto, desempenhando aí, a função de parteira e Osun Funke é a mestra, representando a mãe que orienta e ensina aos filhos as primeiras palavras e passos no seu primeiro contato com o mundo e com a própria vida.

OSUN MIWA - o espírito das águas doces, está, de certa forma, ligada ao processo de gestação e dizem que assiste e protege o feto durante todo o período de gravidez, sendo a dona do líquido amniótico.
A inconstância do caráter feminino é representada por OSUN AKURA IBÚ, que se faz presente nos locais de encontro das águas do rio com as do mar. A mulher guerreira, batalhadora e belicosa é representada por quatro caminhos de OSUN, nos quais porta sempre uma espada. Nestes caminhos a orisá é conhecida como: OSUN OPARÁ, OSUN OKE, OSUN IPONDÁ e YÉYÉ IBERIN, todas consideradas como guerreiras poderosas. A mulher madura, consciente de sua graça e elegância, revestida de respeito e classe. São representadas por OSUN EDE
A partir daí, Osun assume características relacionadas à mulher envelhecida, cheia de manias e preconceitos, ranzinza e implicante e é então representada por Osun Ogá. No último caminho, vamos encontrar OSUN ABOTÔ, considerada velha e decrépita e envolvida em ações misteriosas e obscuras relacionadas, talvez, à prática da feitiçaria. Osun, então, assume e revela todo o poder feiticeiro da mulher. Desprovida agora de escrúpulos e do sentimento de piedade, contesta a pseudo-superioridade do macho e cria uma sociedade secreta estritamente matriarcal denominada SOCIEDADE GELEDÉ, onde a face maligna é encoberta por máscaras muitíssimo elaboradas.

É OSUN AWE quem se encarrega de organizar esta sociedade onde o homem não tem vez, devendo, tão somente, submeter-se de bom grado às exigências de suas líderes.
OSUN, reunindo em si mesma todas as diferentes manifestações anteriormente descritas, assume para si o absurdo poder de YÁMI AJÉ - a mãe feiticeira – e, investida deste poder, controla a vida e a morte, punindo ou premiando indiscriminadamente, sem senso de justiça e sem julgamento. Aí, é representada pela grande cabaça Igbadu, símbolo do ventre gerador, encimada pelo pássaro OSORONGÁ, representação do poder feiticeiro ilimitado que pode enviar aonde bem entender de acordo com sua conveniência. Surpreendentemente, determina que esta cabaça jamais seja vista ou cultuada por mulheres

Dedico este texto a Angela Candida Sad, um amor de ser humano iluminado


Ibá (saudação) tradução


MO NFÉ KÍ OLÓÒRUN ÀTI GBOGBO ÒRÌSÀ
YÒÓ MÚ WÁ FÚN WA PÙPÓ ÌLERA.

SAUDAÇÕES A AKODA, O PRIMEIRO SER CRIADO EM CIMA DA FOLHA.
SAUDAÇÕES A ASEDA, AQUELE QUE CRIOU O SER HUMANO.
LEMBRANÇAS DE VOCÊ EM CIMA DA TERRA
SAUDAÇÕES A SENHORA DOS PÁSSAROS SAGRADOS
SENHOR DONO DO DIA, MEUS RESPEITOS A VÓS
SENHOR DONO DO MUNDO, MEUS RESPEITOS A VÓS
MEUS RESPEITOS AS CRIANÇAS
MEUS RESPEITOS AOS ANCESTRAIS
EU SAÚDO OS 400 ESPÍRITOS DA DIREITA
EU SAÚDO OS 200 ESPÍRITOS DA ESQUERDA,
AGBONNIREGUN, MEUS RESPEITOS A VÓS
MEUS RESPEITOS AO ADVOGADO DA SORTE, PAI DE IFÁ
MEUS RESPEITOS À MULHER
MEUS RESPEITOS AO HOMEM
MEUS RESPEITOS A CASA
MEUS RESPEITOS A TERRA
ODUDUWA, CRIADOR DA TERRA, EU TE SAÚDO
OBATALÁ, SENHOR DA MINHA CRIAÇÃO MEUS RESPEITOS
MEUS RESPEITOS AO PAI CRIADOR DO ORI, OLEIRO DA SORTE
MEUS RESPEITOS AO SENHOR DE MINHA CABEÇA
MEUS RESPEITOS AO ORIXÁ DO CAMINHO
MEUS RESPEITOS AO ORIXÁ DA FLORESTA
MEUS RESPEITOS AO ORIXÁ DO RIO
MEUS RESPEITOS AO ORIXÁ DA LAGOA
MEUS RESPEITOS AO ORIXÁ DO MAR
MEUS RESPEITOS AO ORIXÁ OKO
MEUS RESPEITOS AOS ORIXÁS DO VENTO
MEUS RESPEITOS AO ORIXÁ DO AR
MEUS RESPEITOS AO ORIXÁ DO FOGO
MEUS RESPEITOS AO ORIXÁ SENHOR DA TERRA
MEUS RESPEITOS AO ORIXÁ DA ÁGUA
MEUS RESPEITOS AO ORIXÁ DAS FOLHAS
MEUS RESPEITOS AOS BABALORISAS, YALORISAS, BABALAWÒS, APETEBIS, E ABIANS
MEUS RESPEITOS, MEUS IRMÃOS.
QUE NOS ENCONTREMOS NOS NOVE ESPAÇOS DO ALÉM
QUE DEUS ACEITE MINHA SAUDAÇÃO

ASSIM SEJA!

Ibá (saudação)


IBA AKODA TO DA TIE LORI EWE.
IBA ASEDA TI TIE NILE PE-NPE.
IBA IYA MI OSORONGA, APAINI MAAHA GUN!
OLOOJO ONI MOJUBA RE.
OLUAIYE MOJUBA RE.
MOJUBA OMODE.
MOJUBA AGBA.
MOJUBA IRUNMOLE OJU KOTUN
MOJUBA IGBAIMOLE OJU KOSI
ABONNIREEGUN MOJUBA RE
MOJUBA ORUNMILA BABA IFA
MOJUBA OBIRIN
MOJUBA OKUNRIN
MOJUBA ILE
MOJUBA ILÉ ODUDUWA
MOJUBA BABA OBATALÁ
MOJUBA BABA AJALA, ALAMO RERE
ELEDA MI MOJUBA
MOJUBA OLORI MI
MOJUBA ORISA ONON
MOJUBA ORISA IGBO
MOJUBA ORISA ODO
MOJUBA ORISA OSA
MOJUBA ORISA OKUN
MOJUBA ORISA OKO
MOJUBA ORISA AFEFE
MOJUBA ORISA OFURUFU
MOJUBA ORISA INON
MOJUBA ORISA ONILE
MOJUBA ORISA OMI
MOJUBA ORISA EWE
MOJUBA BABALORISAS, YALORISAS, BABALAWÒS, APETEBIS, ABIANS
MOJUBA ARÁKÙNRIN MI
KI WA IPADE MESON ORUN
KI OLOORUN IBA MI SE!

ASE! ASE! ASE!

Leitura de Ifá I


Devemos ter a consciência de que estamos aqui na Terra para aprender, para evoluir, para recebermos as benesses de Orisá, mas não de graça. Temos um dever, mas sempre queremos apenas os direitos.
E quase sempre relutamos em executar os deveres conforme as determinações de Orunmilá.
Temos a pretensão de achar que sabemos mais que Orunmilá, que Orisá, e constantemente “BOTAMOS QUEDA DE BRAÇO” com Eles.

Ledo engano...
Na grande maioria das vezes fazemos o que queremos e também constantemente contra as determinações do Oráculo.
Achamos que os sacerdotes, por serem humanos como nós, nada sabem.
Achamos que as impressões, por ele apresentadas, são de sua autoria.
O que normalmente não é.
E aí...pagamos caro...e normalmente com dor, pela nossa descrença.
E mesmo assim, relutamos em crer em nosso sacerdote, em suas determinações fornecidas por Esú.
E culpamos aos Orisá, por tantas coisas, que chega a ser ridículo as colocações.
Mas tudo devido a nossa incompetência, a nossa negligência, a nossa falta de confiança e na falta de FÉ.

Mas, como homem estudioso de minha Religião, um Sacerdote que busca constantemente uma melhor evolução religiosa, cultural e litúrgica, crente na sabedoria de Orunmilá, creio que as orientações que Ele me fornece para minha proteção e das pessoas pertencentes ao meu Egbe, através do Odu, funcionam, como tem funcionado até hoje de forma muitíssimo satisfatória, para aqueles que seguem essas determinações, e que têm em Orunmilá, e em Esu, como seus orientadores e mentores espirituais.

E reafirmo aos que lêm a este, que busquem dentro de si mesmos as respostas, baseadas nos ensinamentos de Ifá.
Busquem aprimorar-se como seres humanos, como pessoas que estão em busca não só de bem estar material, mas sim na busca de IWÁ (caráter).
Que assumam seus compromissos assumidos diante de Ifá, e de Esu, e cumpram-nos, para obterem assim as tão desejadas benesses materiais.

Não adianta querer, e não fazer.
Não adianta falar para o Mundo, e não sentir dentro de si mesmo.
Não adianta teimar, e não seguir as determinações.
Não adianta receber, e depois descumprir o assumido.
Não adianta... pois ninguém engana a Esu !!!

Leitura de Ifá

COMPREENDENDO AS DETERMINAÇÕES ORACULARES

Existe uma distância enorme que separa a postura do homem religioso da postura do homem racional.
O religioso é aquele que busca a compreensão de tudo o que diz respeito aos dogmas, procedimentos ritualísticos, liturgias e filosofia de sua religião, o que o diferencia também do fanático, que aceita qualquer coisa sem compreender e sem contestar.
O homem racional não busca a compreensão e sim o resultado. Para ele a religião, seja qual for, é uma butique de milagres onde os resultados pretendidos devem ser obtidos e, invariavelmente, em curto prazo.
O que não pode ser provado em laboratório, o que não lhe trouxer um resultado prático e positivo é, para o racional, considerado obsoleto e, como tal, jogado na cestinha das bobagens sem utilidade. O homem racional é, em essência, um cético e ateu, por conta de nunca haver-se provado a existência de Deus “in vitro”.
Creio que esta introdução pode servir para responder, em parte, aos diversos questionamentos da maioria das pessoas, e, claro, a alguns de nossos amigos que a este lêem.

De forma mais objetiva, já que tratamos com pessoas confessadamente pragmáticas, ou seja, que considera o valor prático como critério da verdade, eu diria que quando se tira um Odu regente, o que se pretende na verdade é buscar, em Orunmilá, os aconselhamentos e orientações para que se possa proceder de forma a assegurar que tudo transcorra bem a partir da execução de determinados procedimentos, sejam eles religiosos ou posturais.
Somente as pessoas crentes no poder de Orunmilá podem aceitar as orientações daí decorrentes e, segundo as mesmas, participar dos ritos, observar as interdições, seguir os aconselhamentos e oferecer os sacrifícios propiciatórios e defensivos determinados.

Não sendo assim, de nada adianta “sacar-se” um Odu para saber dessas orientações, e não segui-las, ou obedecê-las, e assim NÃO se beneficiar das orientações por ele trazidas.
Temos o grave defeito (humano, congênito, cultural e Geográfico), de culparmos aos Orisá, pela não realização de nossos anseios.
Costumo dizer que Orisá lê a mente e o coração de todos nós, e o que a boca fala, às vezes, não é o que o coração e a mente executam. E daí provém a não execução de alguns desejos nossos.

Ou a demora da realização dos mesmos.
Ou o atendimento, mas não da forma que desejaríamos.

Odu

No começo, Olodumare (Deus) deu ao Orisa Orunmila um método sem defeito de uma
comunicação entre ele e o Orisa chamado Ifa. Ifa é ligado ao destino com o simbolismo do número
dezesseis. Dezesseis é o número do cosmos; representa a ordem primitiva que emitiu da unidade
de Olodumare (dezesseis é também um número significativo no mundo dos computadores.)

Quando o mundo foi criado primeiramente, espalhou para fora de uma árvore de palma original que
estivesse no centro do mundo em Ile-Ife. A árvore de palma teve as filiais de dezesseis, que deram
forma aos quatro pontos cardinais e aos quartos dezesseis originais de Ile-Ife. Em termos políticos,
Odudua, o primeiro Oni De Ife, filhos gerados de dezesseis que fundaram os reinos dezesseis
originais do Yoruba. Em um nível mais profundo ainda, Orunmila ensinou a arte da adivinhação a
seus filhos de dezesseis; por sua vez, passaram-no para baixo aos Babalawos que o praticam
hoje.

Com os conceitos ligados da ordem, da criação, e do destino, o número dezesseis representa as
variáveis da condição humana, as situações dezesseis possíveis da vida humana. Para o Yoruba,
os sinais do princípio de dezesseis são chamados Odu ou Olodu, de cada um de que são os sinais
subordinados desenhados de dezesseis (Omo-Odu, “crianças do odu” ou Odus). Estes
representam as situações dezesseis essenciais com as variações possíveis de dezesseis cada
uma da vida. Isto significa 256 combinações possíveis (Odu) ou dois à oitava potência. Cada Odu
é um recital de um jogo dos poemas chamados ESE, aquele fornece indícios para a definição do
problema durante uma sessão de adivinhação. Há ao menos, e distante não pelo a maioria, 16 ese
diferentes para cada um dos 256 Odu. Isto adiciona até ao menos 4096 cenários diferentes. O
objetivo do Babalawo é chegar no apropriado Odu para a situação do seu “cliente”.

Cada um dos 256 Odu revela uma situação arquétipa que seja resolvida no passado mítico com o
sacrifício a um Orisa. Nos milhares de poemas de Ifa, o Orisa é organizado em uma comunidade
dos espíritos cujo ase (potência) possa pode ser trazido ao urso nos problemas de homens e de
mulheres individuais na necessidade. Nesta maneira, Ifa e o sacerdote de Babalawo são
responsáveis para dirigir os aderente de todo o Orisa conduzindo a cliente a eles. Quase todos os
sacrifícios/ebó da religião de Ifa/Yoruba são oferecidos ao Orisa em conseqüência da adivinhação.
Adoração de Orisa das estruturas de Ifa; o fortuito do sistema assegura-se de que todo o Orisa seja
venerado devidamente. Com Ifa, o contrapeso do relacionamento sacrificial entre o céu e a terra é
mantido, para Ifa, com Odu (palavra do Deus), fornece seres humanos com a informação sobre seu
lugar no mundo, seu destino, e o que o Deus requer deles. Ifa e a vida cerimonial que gera
constituem o princípio organizar da visão religiosa tradicional de Yoruba. É uma vista que encontre
o destino humano “enraizado na respiração do Todo Poderoso do Deus”.
Nada acontece por acaso. Há uma razão para tudo, e é o dever dos seres humanos para reconhecer este mistério.
Dentro do Odu colocado as mensagens escondidas das influências despercebidas. Estas
mensagens são interpretadas melhor por um Babalawo bem treinado durante uma sessão da
adivinhação.

Este sistema elevado do virtude prendeu por centenas dos milhares de homens de Yoruba e as
mulheres sobreviveram a passagem média à América onde (nós) foram feitas exame como
escravos. ** tempo-fora ** profundo-enraiz virtues, express cada Odu, sustento africano através um
history's escuro hora. Continue esta viagem do cyber se você dever, porque nós vertemos a luz
nos virtues e na potência (Ase) do Odu.