quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Orisá Olooke

Orisá Olooke é muito pouco conhecido no Brasil, seu culto chegou ao Brasil por volta do ano de 1856 quando da fundação do “Terreiro do Olorokè” em Salvador pelos africanos Babá Irufá cujo nome brasileiro era Jose´Firmino dos Santos e Adebalu cujo nome lendário era Maria Bernarda da Paixão, conhecida pela alcunha de Maria Violão, isto por ser uma negra de um corpo de bonitas formas. Maria Violão já veio da África iniciada para o orixá Olooke, da cidade de Ekiti Efon.

Até 1936, quando ela teve seu desencarne, o Asé Oloroke de Salvador festejou Olooke com todo o ritual da Eketi Efon e de toda a região Ijexá sendo que o ritual feito atualmente no Asé Oloroke de Baurú é idêntico ao que era realizado no Terreiro de Salvador, matriz de todos os Efons do Brasil, até 1936.

 O Babalorixá Paulo do Efon, responsável pelo terreiro do Oloroke de Baurú, é uma das maiores autoridades do culto de Olooke no Brasil, tendo o título de “Baba Elejoka” (a voz de Olooke) título este que lhe foi conferido pla maior autoridade do culto de Olooke. O Igbá de Olooke também veio da mesma cidade e é venerado por todos os filhos deste Asé.

Entre os Orisás e os Ebora existe um chamado Orisá-Oke. Entre todos os Oke existe um mestre muito importante de nome Olooke, o dono senhor das montanhas. Olooke foi a primeira ligação entre òde-orun e òde-aiye, sendo que ele foi a primeira terra firme, uma montanha que elevou-se do mar a pedido de Olodumarè, segundo o itan do odú Ofun-Mejí. Inseparável de Obatalá instituído para ser o Guardião de todos Orisás na terra.

Olooke é um Orisá/Imolê de costumes próprios e independente de qualquer outro Orisá, não sendo Osalá, nem Sangô e nem tão pouco Iroko, como afirmam alguns. Sua árvore de culto principal é o “Ataparaja”, árvore que nasce na região de Ekití no alto das montanhas, assim como o Baobá.

 As oferendas de Olooke consistem em qualquer tipo de animal, gosta de carneiros, pato, galos, conken e certa espécie de peixe feito de uma maneira especial que não pode faltar em suas obrigações e o porco que é o caminho da riqueza quando sacrificado a Olooke. A Olooke se serve tudo crú e suas carnes (sobras) é dado um destino diferente de todos os outros Orisás. Olooke come também as folhas de Atapajara sempre acompanhadas de muitos Igbís. Esse Orisá tem que comer a cada seis meses, e se isso não for observado a pena poderá ser até a morte de uma das pessoas do Egbé.

 “Apenon”, cargo da casa de Olooke é quem sai à sua frente empunhando um grande atorí ou isan com o qual ele abre o caminho para que o Orisá passe e só ande com o chão coberto de panos brancos e folhas, ninguém deve tocar em Olooke, apenas os homens responsáveis do Egbé. As mulheres ficam sempre agachadas e não podem olhar jamais o rosto de Olooke, elas são consideradas as escravas de Olooke e uma mulher nunca poderá iniciar um Olooke, mas eles podem ser iniciadas para Olooke.


Interessante falar sobre o tambor que se toca para Olooke que é o tambor d’água acompanhado do tambor de vento e muito agogô, aliás existem cântigos dele que só se toca com agogô.
Olooke é o rei de todo Ekiti que quer dizer “montanhas esplendorosas” e estando Efon dentro do Ekití esta leva o nome de Ekití Efon e Olooke é o rei desta cidade africana e desta nação no Brasil.

Além de um rei, Efon também tem uma rainha, pois foi na cidade de Ekiti Efon que nasceu Osun e assim Osun é a a grande Rainha do Efon-Ijexá. Olloke é o guardião de muitos povos no Ekití e lá estão localizadas as maiores rochas onde se praticam seu culto.

As mais notáveis destas rochas e montes ficam nas cidades de Ekiti-Efon, Ikere-Eketi e Okemesi-Ekiti. Nobres entre eles são os montes de EkitíEfon no limite ocidental com o estado de Osun e próximo a Oxogbò, Ikere-Ekiti na parte sul e montes sde AdoÉkiti na parte central. O festival anual de Olooke leva o nome de “Ojokeregede” tanto no Brasil ainda no tempo de Maria Violão, assim como no Tereiro deo Oloroke de Baurú em São Paulo.

Um texto interessante, resolvi compartilhar com meu irmão e amigos.

Bibliografia: Orixás candomblé e Umbanda
Editora: Minuando/ D&D-Propaganda e Desing
Editorial: Pai Nene D’Osomarè






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